Folha de S. Paulo


Com casa cheia, Carlos Lyra faz sua reestreia para o público em Nova York

Com a casa cheia, o cantor e compositor Carlos Lyra fez sua reestreia para o público norte-americano em Nova York nesta terça-feira (26), no Birdland Jazz Club. Foi seu primeiro show nos Estados Unidos em 50 anos.

Ao lado do companheiro de bossa nova Marcos Valle, um bem-humorado Lyra, 82, interagiu com a plateia em inglês e cantou sucessos das mais de cinco décadas de carreira, como "Você e Eu", "Lobo Bobo" e "Influência do Jazz".

Foi chamado ao palco por Valle, de quem se tornou parceiro de apresentações eventuais nos últimos anos. Juntos, eles também compuseram "Até o Fim", que cantaram juntos durante o show.

"Quero chamar ao palco meu ídolo, meu parceiro, meu amigo e meu padrinho de casamento, Carlos Lyra", anunciou o musicista.

Giuliana Vallone/Folhapress
Com a casa cheia, o cantor e compositor Carlos Lyra fez sua reestreia para o público norte-americano em Nova York nesta terça-feira (26), no Birdland Jazz Club. Foi seu primeiro show nos Estados Unidos em 50 anos.
Carlos Lyra (esq.) faz sua reestreia para o público norte-americano em Nova York

Em tom de improviso, os dois alternaram-se entre suas composições –algumas com letras traduzidas para o inglês.

Ao apresentar "Maria Ninguém", Lyra lembrou que figuras femininas célebres gostavam da canção. "A Jacqueline Kennedy disse que essa era sua música preferida da bossa nova. A Brigitte Bardot gostou tanto que gravou sua própria versão, em português", contou.

"Sabe quem mais gosta dessa música, Marcos? A sua mulher!", disse, arrancando risos da plateia. Era a deixa para chamar ao palco a cantora Patrícia Alví –e, de fato, mulher de Valle, que compôs os vocais também em "Saudade Fez um Samba" (que em inglês virou "Sadness Wrote a Song").

Com pouco mais de uma hora de show, não sobrou tempo para contar as histórias dos tempos áureos da bossa nova, nos anos 1950 e 1960, quando compôs ao lado de Vinicius de Moraes, Ronaldo Bôscoli e Geraldo Vandré.

"Não dá tempo, o show é curto", disse Lyra, em entrevista à Folha na segunda-feira. "Mas vamos contar a história das músicas, para os americanos não ficarem boiando."

Por causa de uma queda sofrida há algumas semanas, Lyra não pôde tocar violão durante a apresentação. Os instrumentos ficaram por conta de Valle (piano e violão), Itaiguara Brandão (baixo), Jorge Continentino (saxofone e flauta) e Renato Massa (bateria).

Os dois farão dois shows por noite no Birdland até sábado (30), às 20h30 e às 23h. Os ingressos são vendidos a US$ 40 (cerca de R$ 120).


Endereço da página: