Folha de S. Paulo


Mostra em 2017 no MIS reproduzirá quarto de Renato Russo

Caixa de cigarros Gudang Garam com fita-cassete dentro; bibelôs de anjos; desenhos com traços arredondados do poeta Arthur Rimbaud e da bailarina Isadora Duncan; o projeto para transformar em ópera "Bom-Crioulo" (de Adolfo Caminha), romance homossexual pioneiro, de 1895; cadernos escolares com recados "da tia Adélia".

O MIS (Museu da Imagem e do Som) de São Paulo recebeu no fim de semana parte dos 945 itens que sua equipe catalogou no apartamento de Renato Russo em Ipanema, no Rio. O acervo - que vai muito além de letras de música e fotos antigas - será exibido numa exposição em 2017.

Curador da mostra e diretor do MIS, André Sturm estuda remontar o quarto de Renato no museu. Ele se espantou ao visitar o endereço onde Renato viveu seus últimos anos. "Sempre pensei que ele fosse meio barroco, transbordante, mas o lugar é muito simples."

Filho de Renato, Giuliano Manfredini, que sugeriu a exposição, descreve o quarto, inalterado desde 1996: a cama de solteiro, uma foto do pai vestido com a famosa bata branca, uma tela a óleo retratando pássaros.

Sturm diz que chamará os ex-colegas da Legião para participar de alguma forma. Dado Villa-Lobos, porém, afirma que "a relação com o filho de Renato é a pior possível" e que nem ele nem Marcelo Bonfá têm nada a ver com isso.

A Justiça decidiu que Giuliano detém os direitos de uso da marca Legião Urbana, e os ex-integrantes podem usar o nome da banda em suas atividades musicais.


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