Folha de S. Paulo


CRÍTICA

Novo 'Poltergeist' só reproduz sucessão sem graça de sustos

Poltergeist

Fenômeno de bilheteria, "Poltergeist "" O Fenômeno" (1982), dirigido por Tobe Hooper, mas cujo verdadeiro mentor era Steven Spielberg –argumentista, produtor e corroteirista–, ganha um remake, como muitos filmes de terror de sucesso da época.

Poucas são as novidades da nova versão da história de uma família que recebe a visita de fantasmas enraivecidos, tem a caçula raptada por eles e recorre a um médium para tê-la de volta.

No filme original, feito durante a prosperidade da era Reagan, o pai de família era um agente imobiliário bem de vida. Na nova versão, a situação da família condiz com a atual crise econômica: Sam Bowen (Eric Rockwell) está desempregado, e a família se muda para uma casa simples.

A atualização continua com a presença de uma parafernália de equipamentos tecnológicos como computadores, smartphones, câmeras e até um drone. E termina com a onipresença de efeitos especiais digitais e o 3D, que não contribuem para instalar uma atmosfera inquietante semelhante à da primeira versão.

O filme é uma mera sucessão de sustos e de gritos estridentes que só impressionam os mais suscetíveis.

O ritmo acelerado do remake também não ajuda a preparar e instalar o clima angustiante fundamental a todo filme de terror.

A nova versão mais parece um thriller de ação, tudo acontece em velocidade vertiginosa, não há tempo nem para apresentar direito a família. Não dá nem para dizer que o remake é mais do mesmo: é menos do mesmo, é uma versão desidratada.

POLTERGEIST - O FENÔMENO
(Poltergeist)
DIREÇÃO Gil Kenan
ELENCO Sam Rockwell, Kyle Catlett
PRODUÇÃO EUA, 2015, 12 anos
QUANDO em cartaz
AVALIAÇÃO ruim


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