Folha de S. Paulo


Crise e carrapatos fazem Feira do Livro de Ribeirão Preto encolher

Com orçamento, locais de atividades e duração encolhidos em comparação com anos anteriores, a Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), que chega à 15ª edição, foi lançada na manhã desta sexta-feira (15).

As mudanças foram provocadas pela crise econômica que o país atravessa, de acordo com o presidente da Fundação Feira do Livro, Edgard de Castro. Dos R$ 3,6 milhões investidos na edição de 2014, o total caiu para R$ 1,5 milhão, agora.

Mas também foram forçadas por uma exigência da Secretaria da Saúde de Ribeirão, que vetou o uso do parque Maurilio Biagi, na região central, devido à infestação de carrapatos no local.

Em vez de dez dias, como em 2014, a feira terá oito –de 14 a 21 de junho. O transporte de estudantes das redes estadual e municipal para o evento também sofreu alterações, assim como o número de escritores participantes.

"Os investimentos caíram. Tivemos de fazer uma reengenharia e otimizar os recursos que a gente tinha", disse Castro.

Sobre a infestação de carrapatos, revelada pela Folha em 2011, o presidente da fundação disse que o veto ocorreu porque, até mesmo no desmonte dos estandes pós-feira, pode ser que algum carrapato existente no local seja transportado no meio do material.

Sem o parque, as atividades previstas para lá foram redistribuídas para locais como o Theatro Pedro 2º. O objetivo do evento, a exemplo do que houve no ano passado, é "ocupar" a cidade com a literatura.

Haverá atividades no Centro Cultural Palace, no Marp (Museu de Arte de Ribeirão Preto), nos teatros de Arena e Municipal e até na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), segundo a prefeita de Ribeirão, Dárcy Vera (PSD).

Durante a cerimônia de apresentação do evento, Dárcy chegou a dizer que o parque Maurilio Biagi "deu certo, foi um sucesso", sem citar que o local está vetado para este ano.

O cartão-livro, utilizado pelos estudantes para adquirir obras em exposição na feira, também não está garantido. Segundo Castro, o projeto ainda está em negociação.

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DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO

14 de junho
Eliane Brum, às 16h
Mário Sérgio Cortella, às 18h30

15 de junho
Gregorio Duvivier, às 11h

16 de junho
Pedro Bandeira, às 8h30
Ignácio de Loyola Brandão, às 16h
Lauro César Muniz, às 19h

17 de junho
Luiz Felipe Pondé, às 18h30

18 de junho
Augusto Cury, às 18h30
Frei Betto, às 21h

19 de junho
Ana Miranda, às 18h30

20 de junho
Fábio Moon e Gabriel Bá, às 11h
Maria Rita Kehl, às 16h


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