Em primeiro lugar, convém não confundir este novo "O Franco-Atirador", de Pierre Morel, com o clássico "O Franco Atirador" (1978), de Michael Cimino. Em comum, eles só têm o título nacional, com o acréscimo de um hífen no mais recente.
O lançamento de agora é um thriller baseado em livro do escritor francês Jean-Patrick Manchette, sobre Jean Terrier (Sean Penn), um segurança que, por ganância ou ingenuidade, aceita fazer parte de uma operação que vai lhe custar uma baita dor de cabeça no futuro.
Em missão no Congo, Jean é incumbido, por Felix (Javier Bardem), um dos líderes da operação, de matar o ministro das Minas. Após o assassinato, tem de sumir por um tempo, deixando sua namorada, Annie (Jasmine Trinca), aos cuidados de Felix.
Esse episódio provoca uma queima de arquivo. Jean deve, então, descobrir quem está atrás dele e ainda recuperar a namorada, com a ajuda de um velho amigo de confiança, Stanley (Ray Winstone, bonachão e impagável).
Javier Bardem rouba a cena. Não sabemos se ele é um vilão inescrupuloso, um bêbado desleixado ou apenas um homem apaixonado por Annie. A ambiguidade no desempenho do ator de certo modo funciona no longa.
O problema é que há um acúmulo de situações já vistas em muitos filmes, e de tomadas aéreas de cartão-postal (que nem para isso servem, pois as imagens surgem a todo momento, mas duram muito pouco na tela).
Há também uma subtrama pífia, esquecida quando convém ao enredo: Jean sofre de um problema cerebral grave, que surge como um complicador nos momentos de confronto com seus inimigos.
O diretor francês Pierre Morel injetou sangue no cinema de ação contemporâneo com os eficientes "Busca Implacável" e "Dupla Implacável" (a falta de criatividade de nossos distribuidores também é grave). Em "O Franco-Atirador", parece dirigir por procuração, e em nada compensa um roteiro mal-estruturado.
O FRANCO-ATIRADOR
(The Gunman)
DIREÇÃO Pierre Morel
PRODUÇÃO Espanha/Inglaterra/França, 2015, 12 anos
QUANDO estreia nesta quinta (7)
AVALIAÇÃO regular