Condenado à morte pela "fatwa" islâmica em seu país, o escritor argelino Kamel Daoud recebeu na terça-feira (5) o prêmio Goncourt por seu primeiro romance, "Meursault, Contre Enquête" (Actes Sud), anunciou o júri do prêmio.
Meditação sobre a identidade argelina contemporânea, o livro de Kamel Daoud espelha a famosa obra de Albert Camus "O Estrangeiro" (1942). O livro também venceu o Prêmio dos Cinco Continentes e o François Mauriac.
| Bertrand Langlois/AFP | ||
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| O escritor algerino Kamel Daoud, em retrato feito na França em outubro de 2014 |
"Diferente do que se acredita, não sou um homem de um livro só, porque isso leva a duas doenças: a vaidade ou a guerra religiosa", afirmou Kamel Daoud em Paris na terça, ao receber o prêmio.
O romancista de 44 anos, sobre o qual pesa uma condenação islâmica por suas críticas ao regime argelino, havia expressado publicamente em 2014 sua decepção por não ter recebido o Goncourt.