Em "Walesa" (2013, 12 anos, TC Cult, 1h25), o que surpreende é o caráter quase oficial da coisa. Andrzej Wajda não é, habitualmente, dado a condescendências, mas o retrato do líder sindical polonês às vezes parece até uma encomenda.
O Lech Walesa que nos faz conhecer o diretor é um poço de virtudes, uma figura nesse sentido quase sobrehumana.
E no entanto... vamos com calma: o que está ali não é só a Polônia dominada pela URSS, não é só uma história política. O que Wajda capta (e que, segundo o filme, Walesa também percebe) é aquela tristeza de viver que os países do bloco soviético conheceram tão bem.
Não é miséria, estagnação, ou conformismo. É um pouco de tudo isso e, sobretudo, uma falta de perspectiva existencial mórbida.