Folha de S. Paulo


Stella McCartney coloca etiqueta 'fur free' em suas peças

Se existe na moda alguém que combata com unhas, dentes e agulhas o uso indiscriminado de peles bichos, esse alguém é a inglesa Stella McCartney.

Adepta de um estilo "verde", a estilista ganhou status de ativista dos direitos dos animais ao investir, no ano 2000, na pesquisa de tecidos e materiais capazes de substituir o couro.

Em sua coleção de inverno 2016, apresentada em março, em Paris, Stella, 43, foi ainda mais fundo no conceito ético. Ela colocou a etiqueta "fur free fur" (pele livre de pele) nos seus casacos de pelos sintéticos e nos de lã de ovelhas argentinas, criadas de maneira ecologicamente correta.

Stella foi uma das pioneiras na utilização do couro de tilápia em vez do tradicional. Agora, é a primeira a usar esse tipo de lã de ovelhas que, segundo a marca, não sofreram maus tratos.

O vaivém dos desfiles

Looks inteiros de pelos sintéticos, ora em branco, ora em preto, lembravam aos convidados do seu desfile quantas peles de minks e raposas foram ostentadas, na mesma temporada, em criações de outros estilistas.

"Não dá para entender o motivo do uso de pele. As pessoas que usam minha marca não são apenas éticas, elas se sentem honradas de vestir algo que não maltrata os animais", afirmou a estilista no backstage de seu desfile.

"O importante é não tornar essa história apenas um conceito, mas realidade", diz.

Filha do ex-Beatle Paul McCartney, Stella fez fama com coleções que mesclam feminilidade e minimalismo quase andrógino. Nesse último desfile, radicalizou no uso da alfaiataria leve, com proporções ainda mais assimétricas que as de antes.

"Meu propósito é desmantelar o conceito de feminilidade convencional. E, por favor, parem de usar pele."

Gonzalo Fuentes/Reuters
Modelo desfila com casaco de pelo falso durante desfile de Stella McCartney em Paris
Modelo desfila com casaco de pelo falso durante desfile de Stella McCartney em Paris

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