Folha de S. Paulo


Manoel de Oliveira era feito de sonhos, diz Walter Carvalho; leia repercussão

Cineastas e críticos lamentaram esta manhã a morte de Manoel de Oliveira e ressaltaram a importância de sua obra para o cinema.

Leia a seguir a repercussão:

Ismail Xavier, crítico de cinema
"Manoel de Oliveira teve uma carreira muito singular pela extensão. Foi produtivo até o fim. Não houve um Manoel de Oliveira aposentado. Além deste dado singular, sua carreira foi extraordinária enquanto qualidade estética, um dos mais importantes cineastas do mundo, sem dúvida. Soube dialogar muito bem com a história, com a literatura, mesmo quando não se tratava de adaptações diretas. Construiu uma obra inovadora também no diálogo com o neorrealismo, atravessou o cinema moderno como um dos cineastas mais criativos, e continuou se renovando sempre"

Luiz Carlos Barreto - cineasta
"Manoel de Oliveira era e continuará a ser juntamente com Rossellini, Visconti, De Sica e Glauber um autentico cineasta de alma latina que nunca se rendeu ao cinema fútil, permanecendo fiel ao cinema ÚTIL".

Walter Carvalho - cineasta
"Nós somos feitos de todas as matérias dos sonhos, mas Manoel de Oliveira era feito de sonhos de cinema."

Guilherme Coelho - cineasta
"No momento em que, no mundo todo, o cinema independente tem que se reinventar e sobreviver em face a tantas telas, distrações e super-heróis, a vida e a obra de Manoel de Oliveira nos mostra que acreditar no cinema até o fim - como cineasta ou espectador - é uma maneira de vencer a morte e viver muitas vidas".

Mauro Lima - cineasta
"Ele filmou tanto e por tanto tempo que eu cheguei a achar que ele tinha descoberto como não morrer. Me lembro de como me marcaram os dois primeiros filmes dele que vi; "Os Canibais" uma opereta sobre a decadência de uma certa alta sociedade portuguesa e "Non, ou a Vã Glória de Mandar" um anti-épico sobre as guerras que Portugal perdeu. Geniais os dois. Uma perda para o cinema".

Marcelo Gomes - cineasta
"As vezes eu achava que ele jamais iria morrer tamanha era sua longevidade. Ele , como todos nós, não pode desafiar o tempo mas a obra que nos deixa é imortal".

Ricardo Castelo/Efe
O cineasta português Manoel de Oliveira, que morreu nesta quinta-feira aos 106 anos
O cineasta português Manoel de Oliveira, que morreu nesta quinta-feira aos 106 anos

Endereço da página: