A editora Objetiva passa a fazer parte da Companhia das Letras. A união de duas das maiores editoras brasileiras foi anunciada na quarta (1º).
Há um ano, a Objetiva fora adquirida pelo maior grupo editorial do mundo, a Penguin Random House, que detém 45% das ações da Companhia das Letras.
Veja o histórico das editoras até a união
Agora, a Companhia comprou da Penguin Random House parte majoritária da Objetiva, ficando com 55% das ações. Os outros 45% continuam com a Penguin.
A união das duas editoras nacionais vinha ocorrendo na prática há um ano e agora foi consolidada no recém-criado Grupo Companhia das Letras.
Com a integração, o grupo passa a figurar entre os maiores de livros não didáticos do país, com 19 selos e cerca de 5.000 títulos ativos no catálogo ""à frente dele ainda está o Grupo Record, que adquiriu diversas editoras nas últimas décadas, somando 16 selos e mais de 6.500 títulos.
O catálogo do novo grupo inclui nomes como João Ubaldo Ribeiro, João Cabral de Melo Neto e Mario Vargas Llosa, da Objetiva, e Jorge Amado, Carlos Drummond de Andrade, Ian McEwan e Orhan Pamuk, da Companhia.
Não estão previstas alterações nos selos –ou seja, para o leitor desses autores, pouca coisa deve mudar. Para Luiz Schwarcz, presidente do grupo, porém, o impacto da união se dará em áreas como a de educação, dado o catálogo de autores nacionais. "Teremos mais capacidade para investir na adoção em escolas no interior do país."
CRONOLOGIA
O Grupo Companhia das Letras resulta de uma série de aquisições e fusões recentes.
Em 2005, a Objetiva vendeu 76% de suas ações para a espanhola Santillana. Em 2011, foi a vez de a Companhia vender 45% de suas ações para a Penguin.
Enquanto isso, em negociações internacionais, a Random House e a Penguin se juntavam para formar o maior grupo editorial do mundo. O acordo foi concluído em 2012.
Em 2014, o conglomerado comprou vários selos da Santillana ""incluindo, no Brasil, 100% da Objetiva e suas subdivisões Alfaguara, Suma de Letras e Fontanar.
PRÓXIMOS PASSOS
Luiz Schwarcz, fundador da Companhia das Letras, conta que desde o anúncio da aquisição da Objetiva pela Penguin Random House já estava definida a integração anunciada nesta quarta, que tinha de ser feita por etapas.
As áreas comerciais das editoras brasileiras já vêm atuando juntas nos últimos meses. Há uma semana, o diretor da Objetiva, Roberto Feith deixou o cargo, passando a atuar como consultor e editor de projetos especiais do novo grupo.
As sedes das editoras continuarão no Rio (Objetiva) e em São Paulo (Companhia). O grupo terá na direção Sergio Windholz, Lilia Moritz Schwarcz, Elisa Braga e Matinas Suzuki Jr. Os selos se dividem entre os publishers Marcelo Ferroni, Otávio Marques da Costa, Júlia Moritz Schwarcz e Bruno Porto.