Enquanto Daniel Buren leva suas listras ao Rio, o artista suíço Mayo Bucher instalou uma faixa alaranjada de 150 metros na fachada do Mirante do Vale, o arranha-céu mais alto de São Paulo, bem perto do marco zero da cidade.
"Linhas são um elemento central no meu trabalho, mas nunca fiz algo nessa escala", conta Bucher. "Esse trabalho tem a escala da cidade, fala da relação entre espaços internos e externos. É uma reflexão sobre a arquitetura como uma plataforma da identidade."
| Leonardo Finotti | ||
 |
||
| Intervenção do artista suíço Mayo Bucher na fachada do Mirante do Vale, em SP |
Ou como índice da tragédia. Bucher lembra que esse tipo de faixa usado no Brasil para cercar construções é também usado na Suíça como ferramenta para conter avalanches nas montanhas.
"Tem a ver com a ideia de proteção, e a cor laranja é um sinal muito forte", diz o artista. "Mas pode não sinalizar só o perigo. É uma cor muito vital, ensolarada, então essas duas dimensões se juntam de uma forma bastante notável."
No Lama.SP, centro cultural no 37º andar do Mirante, Bucher também mostra uma série de fotografias em que sobrepõe a imagem de faixas coloridas a prédios que fotografou em São Paulo, lembrando sua conexão com a cidade -seu pai, o artista conceitual Carl Bucher, foi premiado na Bienal paulistana em 1975.
MAYO BUCHER
QUANDO de seg. a sex., das 9h às 19h; até 3/5
ONDE Lama.SP, r. Brig. Tobias, 118, cj. 3.705, tel. (11) 3313-6698
QUANTO grátis