Folha de S. Paulo


Segundo e último dia do Lollapalooza consolida sucesso de escalação eclética

A quarta edição do festival Lollapalooza no país, segunda montada no autódromo de Interlagos, mostrou o mais eficiente elenco de artistas desde que o evento veio ao Brasil.

Além de equilibrar atrações para vários perfis diferentes de consumidores de música, teve competência –e às vezes sorte– para não naufragar em problemas habituais desse tipo de evento. O trânsito fluiu bem nos arredores do autódromo e filas na entrada escoaram com facilidade tanto no sábado (28) quanto no domingo (29).

O sucesso do Lollapalooza acabou sendo uma volta por cima, depois do pânico na manhã de sábado, com o cancelamento de uma das atrações mais esperadas, a britânica Marina and The Diamonds.

O voo que traria a cantora de Nova York foi cancelado. Ficou exposta a reação antipática da organização, que declarou que não irá reembolsar o dinheiro de quem se sentiu lesado pela ausência da cantora. A questão ainda pode ser tratada judicialmente.

Mas foi em cima dos palcos principais que a coisa fluiu bem. Os dois maiores nomes de cada dia estão, sem discussão, entre os maiores de seus gêneros. E foram os responsáveis pelo público alcançado: 66 mil pessoas no primeiro dia, 70 mil no seguinte, segundo a organização.

RAÍZES FORTES
O rock de fortes raízes norte-americanas de Jack White, no sábado, atraiu cabeludos em geral, entre jovens que cresceram ouvindo sua ex-banda, White Stripes, misturados a fãs mais maduros que foram ver Robert Plant, que cantou antes no mesmo palco.

O ex-vocalista do Led Zeppelin dedicou mais da metade de seu repertório a canções de sua antiga banda e encantou a plateia com clássicos como "Whole Lotta Love" e "Black Dog".

O pop sofisticado de Pharrell Williams, no domingo, foi capaz de atrair qualquer um com os hits "Happy" e "Lose Yourself to Dance", faixa que gravou com o duo francês Daft Punk, além de uma performance teatral com muita dança e carisma.

A juventude dourada que assistiu antes ao bom trio de bonitinhos Foster the People aderiu a Pharrell facilmente. Teve espaço para rock (bem) moderno, como o do Bastille e da belíssima cantora e guitarrista St. Vincent, destaque do evento com efeitos de guitarra e forte sex appeal.

Teve banda para matar saudade dos anos 1990 (Smashing Pumpkins, que deu uma alternativa ao clima festivo de Pharrell) e dos anos 2000 (Kasabian). E dois DJs subiram aos palcos principais para dois shows destruidores: Skrillex, no sábado, e Calvin Harris, no domingo. O escocês realizou uma apresentação pirotécnica com som altíssimo, modernos efeitos especiais de luz, fumaça, papéis picados, espuma etc.

Os artistas brasileiros, porém, foram coadjuvantes, mas um show foi visto por uma boa plateia: Pitty, no domingo, saiu consagrada.

No sábado, a Banda do Mar, trio com Mallu Magalhães, Marcelo Camelo e o baterista português Fred Ferreira, fizeram a plateia cantar todas as canções de cor.


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