O primeiro, com 34 obras, compõe-se, em sua maioria, de doações dos próprios artistas. É o caso de "Vinte e dois" (2011), de Leda Catunda, que expôs recentemente no museu, e, provavelmente doou a obra após a mostra. É comum artistas doarem trabalhos a instituições como uma espécie de cortesia.
Esse primeiro conjunto representa uma relação do museu com a cena artística e retrata com quem a instituição dialoga.
Já o outro grupo, com 15 obras, é o primeiro lote das obras depositadas no museu em 2014, resultado de apreensão de obras de arte da Operação Lava Jato. Depois de seis meses em análise –uma delas, atribuída a Renoir, foi rejeitada como verdadeira; tratava-se de uma evidente reprodução.
| Júnior Pinheiro/Folhapress | ||
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| Funcionários do museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, com tela apreendida na Operação Lava Jato |
MARCAS
O conjunto é exibido para tornar público a ação policial, e essa é a melhor forma de avaliar a mostra.
Afinal, não há ousadia e tampouco um conceito por trás das obras exibidas. Em sua maioria, são pinturas modernistas bastante convencionais, como se percebe em "Jogando Peteca" (1972), uma das três pinturas de Orlando Teruz (1902-1984), artista figurativo sem grande importância.
Há grandes nomes, como Cícero Dias, Di Cavalcanti ou mesmo Iberê Camargo, mas eles participam mais como marcas do que com obras representativas de fato.
Contudo, esse conjunto fraco e cafona não deixa de ter razão para ser exposto. Ele lembra um pouco outra reunião com caráter fortemente político, que foi o caso da exposição "Arte Degenerada", que Hitler encomendou, em 1937, para depreciar a arte moderna.
Agora, ao exibir esse conjunto ao público, o museu aponta além do interesse artístico. Mostra uma ação exemplar da Polícia Federal ao perseguir degenerados da sociedade brasileira.
ACERVO MON AQUISIÇÕES 2013/2014
ONDE Museu Oscar Niemeyer (R. Marechal Hérmes, 999, Curitiba, tel. 41-3350-4400)
QUANDO de ter. a dom., das 10h às 18h. Até 14/7
QUANTO R$ 6
AVALIAÇÃO bom