Folha de S. Paulo


Documentário 'Amazônia S/A' explora as diversas faces da floresta

Três meses de planejamento, 50 dias na floresta, 10 mil quilômetros percorridos por terra, água e ar, 80 horas de material filmado e ao menos cem entrevistas para capturar uma Amazônia plural, cheia de segredos e superlativos.

O resultado de todo esse trabalho, recheado de imagens impactantes, pode ser visto a partir deste domingo (22), quando o "Fantástico" começa a exibir o documentário "Amazônia S/A", dirigido por Estevão Ciavatta e Fernando Acquarone. Serão cinco episódios de dez minutos de duração, narrados pela atriz Fernanda Montenegro.

Documentário Amazônia S/A/Divulgação
Pessoa toma banho no rio Quilombo Saracura, durante bastidores de 'Amazônia S/A'
Pessoa toma banho no rio Quilombo Saracura, durante bastidores de 'Amazônia S/A'

Produzido pela Pindorama Filmes, o documentário foi gravado entre julho de 2014 e março deste ano, com o objetivo de revelar as diversas faces da Amazônia ainda desconhecidas pela maioria dos brasileiros.

"Fomos a todos os lugares, entrevistamos ribeirinhos, assentados, índios, políticos, empresários. A ideia era trazer a discussão à tona e botar as vozes da Amazônia para falarem", explica Ciavatta.

Motivado por uma capa de jornal que trazia a região amazônica como futuro motor do desenvolvimento brasileiro, o documentarista decidiu retornar à floresta, onde já tinha filmado outros documentários em 2002, 2004 e 2007.

'FLORESTA EM PÉ'

Desta vez, diante da complexidade do tema, o desafio era mostrar a importância da "floresta em pé", a Amazônia a partir do olhar de quem vive na Amazônia e as contradições que marcam a região –cheia de riquezas naturais e, ao mesmo tempo, marcada pelo subdesenvolvimento.

"Levamos 'progresso' à Amazônia nos últimos 45 anos, desmatamos quase 20%, e a área continua sem grandes avanços. É uma conta que não fecha", analisa Ciavatta.

Além de tratar do papel fundamental da floresta para o futuro do clima e da economia do Brasil, a série aborda alguns de seus principais problemas, como o desmatamento ilegal, a regularização fundiária e as obras de infraestrutura sem o devido estudo de impacto ambiental.

Tudo isso por meio de uma fotografia que impressiona tanto pela beleza das paisagens quanto pela destruição do território; e de depoimentos que contribuem para a compreensão do cenário.

Nos dias que passaram na floresta, Ciavatta e sua equipe sofreram com carrapatos, febre e cansaço. Entraram no mato de madrugada para acompanhar uma operação do Ibama que prendeu um dos maiores desmatadores da Amazônia.

"Aprendi muito nesse processo. O Brasil precisa abrir o olho para a Amazônia. É a nossa última grande riqueza natural. Sou pessimista, mas acho que ainda dá tempo de criar um modelo que una preservação e progresso social."

NA TV

AMAZÔNIA S/A

Estreia de documentário

QUANDO 21h, na Globo


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