Folha de S. Paulo


Metrô de São Paulo veta anúncio de novo livro de Rodrigo Constantino

O Metrô de São Paulo vetou, nesta sexta (13), duas peças publicitárias do livro "Contra a Maré Vermelha", de Rodrigo Constantino, autor do best-seller "Esquerda Caviar".

Os anúncios foram preparados por uma agência contratada pela editora Record e traziam, junto à capa do livro, as frases "Oitenta textos que não foram culpa do FHC", numa referência ao meme que ironiza Dilma por responsabilizar a gestão tucana por problemas atuais, e "Cansado do governo? Rodrigo Constantino também".

No Facebook, o autor chamou o veto de "absurdo" e disse que a campanha publicitária foi vítima de "censura".

Procurado, o Metrô confirmou a recusa em veicular os anúncios, tendo como base o trecho de seu regulamento para Exploração de Mídias em Áreas e Equipamentos de Propriedade que trata da proibição de temas de cunho político partidário.

O texto diz ser proibida "a veiculação de mensagens publicitárias que infrinjam a legislação vigente, atentem contra a moral e os bons costumes, possuam temas de cunho religioso ou político partidário, que possam prejudicar o desenvolvimento operacional do sistema metroviário ou a imagem da Companhia do Metrô e ou que possam suscitar comportamentos inadequados".

O mesmo argumento foi usado, em novembro, quando a empresa se recusou a veicular um anúncio da Geração Editorial sobre o livro "Mascarados: A Verdadeira História dos Adeptos da Tática Black Bloc", de Esther Solano, Bruno Paes Manso e William Novaes. O anúncio trazia imagens como a da PM atirando e a de um black bloc em cima de um carro da polícia de ponta-cabeça.

A própria Record já havia passado pelo veto do Metrô, no início de 2014, por ocasião da divulgação do volume "The Walking Dead - A Queda do Imperador", cujo anúncio dizia "Pelo menos aqui os governantes pagam pelo que fazem".

Bruno Zolotar, diretor de marketing da Record, diz que voltou a recorrer ao Metrô de São Paulo porque é a "única mídia externa de massa com bom preço" para divulgar livros na cidade. No Rio, anúncios do gênero são veiculados em ônibus municipais, o que não é permitido em São Paulo devido a Lei Cidade Limpa.

"Os textos da campanha do livro do Constantino estavam até 'light'. Vamos ter de preparar outros, mas provavelmente vai ter que ser algo muito neutro, tipo 'Chegou o novo livro do Constantino", disse o diretor.


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