Folha de S. Paulo


Novo filme de Pablo Larraín tem melhores críticas em Berlim

Quinto longa-metragem do chileno Pablo Larraín, "El Club" (o clube) colhe desde a sua primeira exibição em Berlim, anteontem, algumas das melhores críticas dentre os filmes em competição no festival.

Depois de "No" (2012), em que mostrava a campanha dos opositores de Augusto Pinochet no plebiscito de 1988 sobre a permanência do ditador no poder, o cineasta volta sua câmera para um quarteto de padres de meia e terceira idade escanteado pela Igreja Católica após se envolver em casos de pedofilia, sequestro de bebês e conivência com crimes militares.

Recolhidos a uma casa austera encravada nas alturas de um vilarejo depauperado do litoral, eles devem em teoria se dedicar ali à penitência. Mas é o que menos fazem os párocos, tutelados por uma irmã que controla horários, dietas e cuida para que a consciência dos hóspedes em negação permaneça tranquila, à base de música, programas de TV descartáveis e de um cachorro de corrida que é o mascote do lar.

Quando um quinto padre comete suicídio pouco após chegar à residência, sucumbindo ao violento ataque verbal de um homem que ele molestou na infância, a igreja envia um jovem "gerenciador de crises" para apurar as circunstâncias, extrair confissões passadas dos párias e fechar a casa. Tudo sem esquecer de abafar a repercussão do "incidente", bem entendido.

A revista "Variety" chamou Larraín de "mestre da atmosfera sombria" e disse que ele está aqui "em domínio total de sua arte". Já a "Hollywood Reporter" avaliou que o trabalho confirma o chileno "como um dos mais genuínos talentos em atividade".


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