Folha de S. Paulo


Arquiteta Zaha Hadid suspende processo contra a 'NY Review of Books'

Vencedora do prêmio Pritzker e uma das arquitetas mais célebres do mundo, a iraquiana Zaha Hadid suspendeu o processo por difamação que movia contra a revista "New York Review of Books" desde agosto do ano passado após aceitar as desculpas da publicação e chegar a um acordo.

Ela também anunciou que doará o valor não divulgado do acordo a uma entidade que "protege direitos trabalhistas". A informação é do site britânico Dezeen.

Hadid processou a revista norte-americana por causa da afirmação de seu crítico Martin Filler de que ela não teria se abalado com a morte de operários durante a construção de um estádio desenhado por ela em Doha, mas na época da publicação as obras nem haviam começado.

Filler pediu desculpas à época, reconhecendo que seu artigo, uma crítica do livro "Why We Build: Power and Desire in Architecture", de Rowan Moore, estava errado. Advogados de Hadid disseram que as declarações citadas por ele sobre a morte de operários fora retirada de contexto e que o texto era uma ataque pessoal disfarçado de resenha.

"Zaha Hadid está feliz com o encerramento dessa disputa e de ter resolvido o caso de uma maneira que mostra seu compromisso com condições seguras de trabalho em canteiros de obra no mundo todo", disse Gonzalo Zeballos, um dos advogados que representam a arquiteta.

Segundo o jornal britânico "The Guardian", 500 operários indianos e 382 trabalhadores do Nepal morreram em construções no Qatar desde que o país ganhou os direitos para sediar a Copa do Mundo de 2022.

Em 2004, Hadid disse numa entrevista coletiva que não era "meu dever como arquiteta olhar para isso" e que "não tenho nenhum poder para resolver a questão". Essa foi a declaração usada por Martin Filler em seu artigo da "New York Review of Books".


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