Folha de S. Paulo


Mostra exibe 26 filmes do cinema de São Paulo a R$ 1

Da periferia violenta retratada pelas lentes do documentarista Cristiano Burlan à vida opulenta de uma família do Jardim Europa, passando pelas margens do Tietê, pelos corredores do Carandiru e pelo trajeto da São Silvestre.

A partir desta sexta (23), o Cine Olido, na região central, exibe 26 filmes produzidos pelo cinema de São Paulo nas últimas décadas na Mostra Memória Audiovisual Paulista, organizada em comemoração aos 461 anos da cidade.

Divulgação
Os atores Fabio Audi e Ghilherme Lobo em cena do filme
Os atores Fabio Audi e Ghilherme Lobo em cena do filme "Hoje Eu Quero Voltar Sozinho", de Daniel Ribeiro

Dois títulos foram restaurados pela Cinemateca: "O Grande Momento" (1958), de Roberto Santos, e "A Margem" (1967), de Ozualdo Candeias. Enquanto o primeiro é tido como um dos precursores do cinema novo no país, o segundo é uma das obras mais conhecidas do cinema marginal.

Também há espaço para os filmes da Boca do Lixo, prolífico polo cinematográfico do centro de São Paulo, que produziu filmes bastante populares entre os anos 1960 e 1980.

"O Rei da Boca" (1982), de Clery Cunha, trata de um poderoso criminoso daquela região. "Snuff: Vítimas do Prazer" (1977), de Cláudio Cunha, mostra a empreitada de dois produtores americanos que vêm ao país para rodar um filme pornô sem limites.

Entre os documentários, a mostra exibe filmes como "Meu Amigo Cláudia" (2009), de Dácio Pinheiro, sobre a transformista paulista Cláudia Wonder, e "O Prisioneiro da Grade de Ferro" (2003), de Paulo Sacramento, sobre o cotidiano na Casa de Detenção do Carandiru, registrado pelos próprios presidiários.

A produção atual da cidade também dá as caras em "Hoje Eu Quero Voltar Sozinho", filme de Daniel Ribeiro que conta a história de amor entre dois adolescentes gays, sensação em 2014, e "O Que se Move", de Caetano Gotardo, do coletivo Filmes do Caixote.

"Jardim Europa", de Mauro Baptista Vedia, mostra uma família falida que vive no bairro homônimo. "São Silvestre", de Lina Chamie, retrata a famosa corrida de rua por meio de uma câmera presa ao corpo de um dos corredores.

De fora ficou um dos filmes mais conhecidos da cinematografia paulistana, "São Paulo, Sociedade Anônima" (1965), de Luís Sérgio Person.

MEMÓRIA AUDIOVISUAL PAULISTA
QUANDO de sex. (23) até 22/2
ONDE Cine Olido, av. São João, 473, tel. (11) 3397-0171
QUANTO R$ 1
CLASSIFICAÇÃO livre a 18 anos, a depender do filme exibido

DESTAQUES DA MOSTRA

"O Grande Momento"
Jovem de família imigrante (Gianfrancesco Guarnieiri) tem de vender sua única posse, uma bicicleta, para bancar seu casamento.
Quando: sex. (23), às 17h.

"Hoje Eu Quero Voltar Sozinho"
Longa que quase representou o Brasil no Oscar trata da descoberta do amor entre dois adolescentes gays.
Quando: 1º e 10/2, às 17h.

"A Margem"
Acompanha a história de pessoas às margens do Tietê.
Quando: 14/2, às 17h, e 18/2, às 15h

"Sem Pena"
Documentário de Eugênio Puppo vasculha os meandros do sistema prisional do país
Quando: sáb. (24), às 17h., e qui. (29), às 19h

"Mataram Meu Irmão"
No documentário, Cristiano Burlan mergulha na história da própria família para tratar do assassinato de seu irmão.
Quando: 12 e 18/2, às 17h.

"Quando Eu Era Vivo"
Filme sombrio sobre um homem recém-divorciado que volta a viver no apartamento do pai. Com Marat Descartes, Antonio Fagundes e Sandy.
Quando: 17/2, às 17h., e 21/2, às 19h

"De Menor"
Defensora pública se vê obrigada a ajudar o irmão, acusado de cometer crime.
Quando: sáb. (24), às 15h., e qua (28), às 17h

Programação completa www.prefeitura.sp.gov.br


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