Folha de S. Paulo


Libertines grava novo álbum após rehab de Pete Doherty na Tailândia

Neste ano será lançado o terceiro álbum do grupo inglês de rock Libertines, aguardado há uma década.

Pelo menos é isto que está no contrato que a banda assinou no mês passado com a gravadora Virgin EMI em um resort na Tailândia, como mostram fotos na internet.

É a volta de uma banda que teve seus dois discos estourados nas paradas do Reino Unido, "Up the Bracket" (2002) e "The Libertines" (2004).

EMI Music/Divulgação
Da esq. à dir., Barât, Doherty, Hassall e Powell no Hope Rehab na Tailândia, em foto distribuída pela Virgin EMI na internet
Da esq. à dir., Barât, Doherty, Hassall e Powell no Hope Rehab na Tailândia, em foto distribuída pela Virgin EMI na internet

A notícia surpreende pelas intermináveis separações e reatamentos na relação de carinho e de agressividade entre os cantores e guitarristas que lideram a banda, Carl Barât, 36, e Pete Doherty, 35.

Em 2003, o empresário do Libertines contratou seguranças que, oficialmente, trabalhavam para proteger a dupla de outras pessoas. Na verdade, eles estavam por perto para impedir que Barât e Doherty agredissem um ao outro.

No Brasil e nos Estados Unidos –e outros países–, o sucesso do Libertines tem um alcance de culto, para poucos. Na terra deles, ganha ares de adoração religiosa.

Sem tocar material novo, eles se apresentaram no último verão europeu com sua formação original –além de Barât e Doherty, estão nela o baixista John Hassall, 33, e o baterista Gary Powell, 45.

A banda fez show no Hyde Park, em Londres, no dia 5 de julho, e em Lisboa, no dia 12. Em setembro, Doherty viajou para a Tailândia, em mais uma temporada de "rehab". Pelo que se sabe, sua 12ª internação para fugir das drogas nos últimos cinco anos.

Depois do anúncio do contrato oficial para o novo disco, Barât e Doherty divulgaram neste final de semana uma foto em que aparecem sem camisa, andando de bicicleta, "numa praia qualquer". Eles afirmam já terem gravado cinco canções para o novo disco, informação suficiente para enlouquecer seus fãs.

Para entender essa história, é preciso voltar a 2001, quando o grupo nova-iorquino Strokes foi saudado como "a salvação do rock".

Na busca de algo parecido, diretores da gravadora inglesa Rough Trade ouviram o Libertines e o contratou.

"ANTI-STROKES"

Inglês é fanático por futebol e às vezes age como tal também na música. Ao ver algo parecido com o rival ianque –jovens bonitinhos, rock furioso, conexão direta com coisas boas dos anos 1970–, os britânicos vestiram a camisa do Libertines.

O quarteto teve a chancela de nomes mágicos no rock. Seu primeiro single, "What a Waster", foi produzido por Bernard Butler, ex-guitarrista do Suede. Os álbuns tiveram produção de Mick Jones, cantor e guitarrista do Clash, ícone punk que é maior influência declarada do Libertines.

Mais do que o som, são realmente os barracos de Doherty que marcaram a banda. Antes de o segundo disco sair, em 2004, ele se afastou do grupo.

O Libertines esteve em São Paulo em novembro daquele ano, no Tim Festival, com Anthony Rossomando no lugar dele. No mês seguinte, Barât decretou o fim da banda.

Nos anos seguintes, Doherty gravou com seu grupo, The Babyshambles, e Barât criou o Dirty Pretty Things.

Mas é nos tabloides que o nome de Doherty brilha: por ter namorado a modelo Kate Moss, ter sido preso inúmeras vezes, ter dado crack a seu gato ou atirado heroína para um panda –ele nega o caso do panda, mas confirma a brincadeira com o gato.

Ver Doherty comportado não terá graça, mas ele poderia se comportar o suficiente para que o disco novo saia.

GRANDES MÚSICAS: Veja os seis singles da banda:

2002
"What a Waster"
"Up the Bracket"

2003
"Time for Heroes"
"Don't Look Back into the Sun"

2004
"Can't Stand Me Now"
"What Became of the Likely Lads"

Editoria de Arte/Folhapress

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