Folha de S. Paulo


Clarinetista de jazz Buddy DeFranco morre aos 91 anos

O americano Buddy DeFranco, inovador clarinetista de jazz, morreu na última quarta-feira (dia 24) em Panama City, na Flórida (EUA). Ele tinha 91 anos. A morte foi confirmada pela mulher do músico, Joyce.

Segundo ela, a saúde do músico estava em declínio nos últimos anos. A causa da morte não foi divulgada.

DeFranco liderou a Orquestra Glenn Miller de 1966 a 1974 e se apresentou ao redor do mundo por 75 anos. Gravou com músicos famosos, como Frank Sinatra, Billie Holiday, Ella Fitzgerald e Tony Bennett.

"Buddy é único porque foi realmente o único clarinetista que pegou a nova linguagem de jazz," disse em entrevista de 2012 Dan Morgenstern, crítico de jazz e historiador.

"Ele desenvolveu tal fluência, invenção e velocidade que foi considerado o clarinetista de jazz supremo. Seu trabalho nunca vacilou, e ele tocava tão bem que manteve seu instrumento sempre vivo", escreveu o crítico musical Whitney Balliett em um perfil da revista "New Yorker", em 1990.

Boniface Ferdinand Leonardo DeFranco nasceu em 17 de fevereiro de 1923, em Camden, New Jersey, e cresceu na Filadélfia. Seu pai, Leonardo, um imigrante da Itália, perdeu a visão em consequência de uma infecção e eventualmente trabalhava como afinador de piano. Ele também era um guitarrista amador que tocou com uma banda cujos membros eram todos cegos.

Quando DeFranco tinha 5 anos, seu pai treinou-o em seu primeiro instrumento, o bandolim. Aos 8 ele começou a praticar clarinete e saxofone. Continuou a sua formação musical na Mastbaum School of Music, na Filadélfia.

Ele gravou dezenas de discos. "Cross Country Suite", de 1958, ganhou um Grammy.

Recebeu inúmeros prêmios, entre eles o de Lenda Viva do Jazz, e foi reconhecido 16 vezes com o prêmio Playboy All-Star de melhor clarinetista de jazz do mundo.

DeFranco casou três vezes. Ele deixa um filho, Charles, fruto de sua relação com Joyce, com quem estava desde 1975.


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