Folha de S. Paulo


Ancine adia decisão sobre limite da ocupação de salas pelo mesmo filme

A câmara técnica da Ancine (Agência Nacional do Cinema) adiou a decisão sobre o limite que considera ideal à ocupação das salas de cinema por único filme.

O colegiado, que agrega representes de todos os setores da cadeia cinematográfica, se reuniu na tarde desta quarta (10), na sede do órgão regulatório, no Rio. A decisão deve sair em meados da próxima semana.

O martelo será batido em meio ao controverso lançamento de "Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1", que ocupou quase metade das salas do país em sua estreia.

A polêmica foi antecipada pela Folha. Em novembro, Manoel Rangel, presidente da Ancine, disse à "Ilustrada" que um lançamento massivo como aquele é "predatório".

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Jennifer Lawrence em cena de
Jennifer Lawrence em cena de "Jogos Vorazes - A Esperança - Parte 1", que estreou em novembro

A reportagem voltou a falar com Rangel assim que a reunião foi encerrada. "A opinião geral é que adotar um teto para a exibição do mesmo título é uma necessidade", disse ele.

"Isso será fundamental para garantir a diversidade de títulos em geral, não só de filmes brasileiros, e dará maior capilaridade aos lançamentos, que não ficarão restritos a poucos complexos e chegarão a mais locais."

A proposta da Ancine é que a partir de 2015, complexos de cinema com até cinco salas não poderão exibir o mesmo título em mais do que duas delas. Para locais com mais de seis salas, o teto será de 30%.

Segundo Rangel, a decisão foi adiada porque alguns dos representantes presentes precisam consultar suas respectivas entidades.

O acordo não terá força de lei, mas os cinemas que não o seguirem terão de apresentar alguma compensação, como exibir filmes nacionais por mais dias do ano.


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