Folha de S. Paulo


Final da trilogia de 'O Hobbit' chega aos cinemas brasileiros

Em 1969, o escritor J. R. R. Tolkien (1892-1973) vendeu os direitos de adaptação de "O Hobbit" e "O Senhor dos Anéis" para o cinema pelo equivalente a R$ 40 mil. Não era uma quantia modesta para um professor de Oxford.

Mas as cifras mudaram radicalmente e, nesta quinta (11), "O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos", parte final da trilogia que antecede "O Senhor dos Anéis", chega aos cinemas brasileiros buscando atingir a marca de US$ 1 bilhão (R$ 2,5 bilhões) de bilheteria.

As seis adaptações baseadas nas duas sagas escritas pelo britânico, todas dirigidas por Peter Jackson, devem ultrapassar os US$ 5 bilhões (R$ 13 bilhões) de bilheteria já neste fim de semana.

Divulgação
Cate Blanchett e Ian McKellen em cena de 'O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos
Cate Blanchett e Ian McKellen em cena de 'O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos'

Mas nem tudo é festa na Terra-média, mundo mágico onde ocorrem as histórias. "O Hobbit" coleciona críticas por transformar um livro de cerca de 300 páginas em três longas e a saga ainda não recebeu prêmios importantes.

Já "O Retorno do Rei" (2003), último episódio de "O Senhor dos Anéis", foi premiado com 11 Oscar, inclusive de melhor filme e diretor.

"Meus filhos passam a tarde vendo, então fizemos algo certo. Confio plenamente em Peter", exalta Martin Freeman, intérprete do hobbit Bilbo. "Vejo O Hobbit' como uma trilogia feita por um fã para outros fãs. Como superar 11 Oscar?", diz à Folha Orlando Bloom, o elfo Legolas.

Talvez a resposta seja uma batalha de 45 minutos, solução encontrada para construir o auge de uma trilogia sem o mesmo impacto da anterior.

A trama ainda precisa lidar com as consequências do longa passado e o despertar do dragão Smaug rumo à Cidade do Lago. A história da trilogia gira em torno de uma missão que tenta reaver uma fortuna roubada pelo dragão.

Com orçamento equivalente a R$ 1,9 bilhão, o filme traz um novo herói que precisa derrotar a besta antes da aniquilação. "A primeira cena que filmei foi neste caos. Morria medo", diz Luke Evans (Bard).

"Temos que convencer o público de que a Terra-média está em risco, mesmo que todos saibam o que vai acontecer", conta Ian McKellen, que retorna como o mago Gandalf, cuja trama é amplificada em comparação aos livros.

Maior símbolo das sagas, o Gandalf de McKellen deve se aposentar. O filho de Tolkien, Christopher, não pretende vender os direitos das outras obras do pai. "Gandalf tem sido minha vida, porque sempre serei lembrado pelo filme. Mas nunca é o fim", diz o ator.

Em meio à ação que é o novo "O Hobbit", os atores precisaram encontrar tempo para a costumeira cerimônia na qual Jackson premia os protagonistas com objetos cenográficos.

Evans ficou com a espada de seus ancestrais, Freeman levou a espada Ferroada, e McKellen passou a perna no cineasta. "Se você vier à minha casa, verá [a espada] Glamdring. No meu pub tenho o cajado de Gandalf. Também roubei moedas de ouro de Smaug e até as chaves de Bolsão [toca de Bilbo]", brinca o veterano ator.


Endereço da página: