Folha de S. Paulo


Crítica: Haneke evoca o melhor do homem em longa agradável

Há coisas de que eu não gosto em "Amor" ("Amour", TC Cult, 13h50, 14 anos), o filme de Michael Haneke. São poucas, embora fundamentais, como o final.

Mas há várias coisas de que gosto. O começo, por exemplo, quando o casal de velhinhos volta do teatro de ônibus. É algo que nos ensina, numa só imagem, como a cultura europeia não se conforma em mimar a classe média, como aqui.

Gosto também, imensamente, dos atores: Emmanuelle Riva e Jean-Louis Trintignant estão (e são) sensacionais. Mas os gestos amorosos e o cuidado de um pelo outro me parecem distantes do habitual no cinema de Haneke, pois evocam o melhor do humano, e não, como é de seu costume, o pior.

Enfim, um filme muito talentoso (é inegável o talento do cineasta austríaco de formação, embora alemão por nascimento) e agradável.


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