Folha de S. Paulo


Metronomy chora suas pitangas em SP

Nascido em 1982, Joseph Mount, vocalista da banda indie Metronomy, cresceu ouvindo as referências musicais que seus pais, jovens nos anos 1960 e 1970, trouxeram a ele.

Por isso, o show que ele apresentará no Brasil no próximo sábado (29), no Popload Festival, em São Paulo, é uma mistura de todas estas décadas que colorem a sonoridade do grupo, um pop dançante com uma certa psicodelia.

"Vamos tocar um set-list maior para fazer valer a pena", destaca o também letrista e tecladista, que é acompanhado por Oscar Cash (sax), Anna Prior (bateria) e Olugbenga Adelekan (baixo).

Divulgação
Da esq. para a dir., Joseph Mount, Anna Prior, Olugbenga Adelekan e Oscar Cash
Da esq. para a dir., Joseph Mount, Anna Prior, Olugbenga Adelekan e Oscar Cash

Isso significa que a apresentação deve intercalar canções dos quatro álbuns da banda, apesar do repertório dos últimos shows seja concentrado nas faixas do último disco, "Love Letters".

O trabalho, lançado em março deste ano, conquistou a crítica internacional.

No Popload Festival, o público verá composições de "Pip Paine (Pay the £5000 You Owe)" (2006), o primeiro registro da banda, passando também por "Nights Out" (2008) e por "The English Riviera" (2011), que ganhou indicação ao prêmio Mercury.

Nesse percurso, Mount foi tentando fazer músicas com letras cada vez mais íntimas, às vezes em tom confessional.

"Antes eu era muito preocupado com a ideia de soar embaraçoso. Agora escrevo de modo mais relaxado", afirma.

ANALÓGICO

Junto a isso, veio também uma mudança na produção do grupo. Eles trocaram gravações em equipamentos digitais pelo estúdio analógico.

Se antes eles conseguiam modificar uma canção inteira na pós-produção, agora foi preciso pensar mais antes de colocar o som para rodar.

"Você entende melhor qual é sua essência quando trabalha dessa forma", explica ele.

Mas qual seria a essência do Metronomy? "Todo álbum que eu faço é tentando ser indie-pop, no sentido mais tradicional do termo", completa.

Além do Metronomy, outros grupos do festival estão na mesma sintonia psicodélica do grupo, como o Tame Impala e o Pond, que dividem não só a cidade natal –Perth, na Austrália–, mas também alguns de seus integrantes.

GERACIONAL

Mount analisa que "algo geracional" acaba ligando todos esses artistas. "Fico aborrecido quando ouvem uma música e dizem: Ah, essa música parece dos anos 1980'. Mas as pessoas que a fizeram não tiveram escolha. Elas nasceram nos anos 1980."

No mesmo dia em que o Metronomy toca, apresentam-se também o brasileiro Marcelo Jeneci e os americanos The Lumineers e Cat Power.

A cantora, que substitui o grupo Beirut –presente na escalação inicial–, será destaque nos dois dias do festival.

Na sexta-feira (28), ela dividirá o palco com os brasileiros Rodrigo Amarante, Boogarians e o duo Fatnotronic, além dos australianos Tame Impala e Pond.

POPLOAD FESTIVAL
QUANDO nesta sex.(28), a partir das 20h (portões abrem às 18h), e sáb. (29), a partir das 19h (abertura às 17h)
ONDE Audio Club, av. Francisco Matarazzo, 694, tel. (11) 3862-8279
QUANTO de R$ 460 (pista, só para um dia) a R$ 1.100 (camarote, para os dois dias)
CLASSIFICAÇÃO 18 anos


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