Folha de S. Paulo


Empresário defende ampliar o acesso à moda

Ampliar o acesso à moda é a palavra de ordem do empresário recifense Flávio Rocha, 52, presidente do grupo Guararapes, que faturou R$ 3 bilhões em 2013.

O grupo financia, por meio de sua principal empresa, a Riachuelo, uma plataforma de licenciamento de roupas de criadores brasileiros com foco no que Rocha chama de "democratização da moda".

Passaram pelas etiquetas da rede nomes como os do carioca Oskar Metsavaht, dos paulistanos Cris Barros e Dudu Bertholini e da alagoana Marta Medeiros. Eles assinaram coleções com preços variando de R$ 40 a R$ 400 a peça, menores que os praticados por suas marcas.

"O conceito de castas está obsoleto. O fast fashion' desafia a noção de que só quem pode consumir moda de qualidade é a elite", diz Rocha.

Chegam às araras da rede, todo ano, 1,5 milhão de peças assinadas, em lojas localizadas tanto em centros de comércio popular quanto em polos considerados de luxo.

"Ainda tem estilista que, por preconceito e por achar que redes produzem roupa de baixa qualidade, não aceitam fazer o licenciamento", diz.

"Sou contra a arrogância de quem quer elitizar a moda", enfatiza. As vendas, diz, provam que as classes A, B, C e D partilham o mesmo desejo de moda. "O que muda é o orçamento, e o trabalho do fast fashion' é gerar volume e cortar os zeros da etiqueta."

A estratégia da rede para vender 150 milhões de peças por ano foi verticalizar a produção e oferecer mais modelos e menos exemplares iguais de cada um, reduzindo o risco de um grande volume de peças encalhadas.


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