Folha de S. Paulo


Crítica: Novo álbum do Echo & The Bunnymen resgata delicadeza épica

Pode ser que na hora do palco os caras decepcionem, mas esta vinda do Echo & The Bunnymen ao Brasil pode ser uma das melhores, por um simples motivo: desta vez a banda vem com um disco novo muito bom.

"Meteorites" é disparado o melhor álbum do grupo inglês neste século. "Flowers" (2001), "Syberia" (2005) e "The Fountain" (2009) parecem discos de bandas cover do Echo perto deste.

Na verdade, supera também os três lançamentos dos anos 1990. Pela qualidade, poderia ser uma continuação natural de "Echo & The Bunnymen", o álbum de 1987 que traz "Lips Like Sugar".

Divulgação
Ian McCulloch, vocalista e fundador da banda inglesa de rock Echo & the Bunnymen
Ian McCulloch, vocalista e fundador da banda inglesa de rock Echo & the Bunnymen

"Meteorites" não chega a ser uma ruptura com os discos anteriores. Ele só apresenta a banda novamente alcançando uma fusão de guitarras épicas com melodias delicadas que encanta a qualquer fã de rock com alguma sensibilidade na alma.

Nos primeiros –e muito bons– álbuns da carreira, o Echo mostrava uma pegada irresistível de rock pós-punk. Uma moldura sonora adequada para as letras delirantes de Ian McCulloch.

Com "Ocean Rain" (1984), a banda chegou à perfeição dessa fórmula. Mostrava arranjos arrebatadores e versos escancaradamente apaixonados –paixão pela vida, pela morte, pela arte.

Há faixas em "Meteorites" que podem muito bem alinhar no show em igualdade de condições com os clássicos da banda. "Holy Moses", "Lovers on the Run" e "Market Town" estão certamente inseridas nessa categoria.

Mas o álbum tem muito mais beleza a ser descoberta. "Constantinople" é outra para encantar os antigos fãs.

"Meteorites" é caso raro nos últimos meses (anos?): um disco em que nenhuma faixa está ali para encher linguiça.

METEORITES
ARTISTA Echo & The Bunnymen
GRAVADORA 429 Records
QUANTO US$ 9,99 (cerca de R$ 25) na iTunes Store
AVALIAÇÃO ótimo


Endereço da página: