Edson Cardoso, conhecido como Jacaré por seus tempos de dançarino no grupo "É o Tchan", mostrou que tem gingado não só na dança, mas também no teatro. Ele está em cartaz com o monólogo "O Homem das Cavernas", no Teatro do Leblon.
"É meu maior desafio como ator. Superou todos os outros. 'Reino da Gataria' foi difícil, pois tive que cantar para um público infantil, crianças que têm atitude. 'A Negra Felicidade' também foi uma peça desafiadora, mas este monólogo superou todos", afirmou o ator, que admitiu que ficar sozinho em um palco ainda lhe causa nervosismo.
Além da solidão, há outro fator agravante para sua insegurança: é a primeira vez que ele faz algo cômico no teatro. "Tirar o drama é complicado, nunca tive tanto texto. Tive duas semanas para decorar 1h20 de texto [tempo que dura a peça]".
| Fred Pontes/Divulgação | ||
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| Jacaré em cena da peça 'O Homem das Cavernas', no Teatro do Leblon |
Jac, como também é chamado, revelou que por três vezes já esqueceu parte das falas. "Às vezes dá branco, mas como é uma comédia dá para brincar, já imitei um grilo, já bebi água, tudo para fazer o texto voltar à memória", relembrou mostrando que jogo de cintura e requebrado não lhe faltam.
Edson atua desde 2000, quando fez uma participação em "A Turma do Didi" (Globo). Depois ele foi contratado pelo mesmo programa e por lá ficou até o término das exibições do programa.
Na mesma época em que começou a atuar, Jacaré começou a se preparar para a profissão, contratou professor particular e logo depois cursou faculdade de interpretação cênica na Estácio de Sá e realizou curso na Casa das Artes de Laranjeiras (CAL). Formou-se nos dois locais em 2008 e desde então não parou de atuar nos palcos.
Já em 2009 fez sua primeira peça de modo profissional, "Deixa Eu Brincar de Ser Feliz, Deixa Eu Pintar o Meu Nariz", com a companhia Laranja Eletrônica, formada pelos alunos da faculdade sob direção de Ivan Sugahara.
A partir daí Jacaré pisou por diversas vezes no palco para atuar e está em sua 11ª peça, contracenou com Guta Stresser (conhecida por sua personagem em "A Grande Família" — que terminou este ano); participou de "Sade em Sodoma" e realizou duas produções dirigidas por Moacir Chaves ("O Retorno ao Deserto" e "A Negra Felicidade").
"O Homem das Cavernas" já passou por mais de 30 países e foi adaptado para 15 idiomas. Este é o último final de semana no Rio. Depois disso a produção vai viajar com a peça, mas ainda não têm datas e locais definidos, segundo Cardoso. "Talvez Salvador", deixou no ar.
FUTURO
Cardoso afirmou que o importante é sempre estar trabalhando, mas revelou ter grande interesse pela dramaturgia: "Eu sempre mando pedidos de teste, tanto para a Globo como para a Record. Óbvio que quero fazer novela ou série, queria saber como eu funciono na dramaturgia, em breve com certeza estarei fazendo uma série ou novela".
Ele contou à Folha que foi convidado por Agnaldo Silva para fazer a série "Doctor Pri" com Glória Pires, mas a série foi adiada, "espero que volte. Não cheguei a gravar, era para começar em janeiro, tivemos reuniões, mas até agora foi adiada para 2015".
"Quero muito fazer uma dramaturgia e começar fazendo série seria ótimo", concluiu.
PASSADO
Do "É o Tchan" ele afirma que trouxe a bagagem de palco, "O grupo me trouxe esta facilidade de estar nos palcos, esta postura e dominação do local", disse o ator.
A disciplina também é algo que ele tem desde os tempos de ensaio das coreografias. "Chego duas, três horas antes para aquecer, treinar, assim como fazia quando dançava", afirmou o ex-dançarino, que disse que agora o objetivo dele é atuar, mas que nunca diz nunca quando o questionam se voltaria ao "É o Tchan".
Jacaré afirmou que ama o "É o Tchan", que sempre vai aos shows para matar as saudades e fez questão de fechar a entrevista mostrando que de Tchan e música ele entende: "Muita gente acha que o que 'É o Tchan' faz é axé, mas não é. É samba. Samba de roda ou samba duro", finalizou.