Folha de S. Paulo


'Dilma perdeu um eleitor, diz Paulo Betti sobre Hugo Carvana; artistas lamentam morte

Paulo Betti, 62, lamentou a morte de Hugo Carvana neste sábado (4), por volta das 11h da manhã, no Hospital Pró-cardíaco, no Rio de Janeiro.

Betti estava escalado para o próximo filme de Carvana como diretor. A comédia se passaria em um cruzamento entre duas avenidas de Copacabana, e seria rodada no ano que vem.

"Lamento muito. Carvana foi uma era. Ele tinha um estilo de representação absolutamente próprio, um jeito brechtiano de representar", diz Betti, que atuou nos últimos dois filmes do ator e diretor carioca, "Casa da Mãe Joana" e "Casa da Mãe Joana 2".

Os dois também contracenaram em "Mauá - O Imperador e o Rei" (1999), de Sérgio Rezende.

Em entrevista à Folha, Betti elogiou também a militância política de Carvana. Segundo ele, o artista era um grande "brizolista".

"Evidentemente a Dilma perdeu um voto. Carvana era Dilma até a medula. O PT herdou o Carvana do [Leonel] Brizola, ele era um grande brizolista", contou Betti. "Um homem absolutamente culto, crítico, interessado nos assuntos da política".

Em nota oficial divulgada à imprensa, Dilma lamentou a morte.

"Foi com tristeza que tomei conhecimento da morte do ator e diretor Hugo Carvana. Aos familiares, amigos e fãs ofereço meus sentimentos neste momento de dor", diz a nota.

Já Tony Ramos, 66, foi surpreendido pela notícia da morte do colega. O ator está no interior de Minas Gerais com a família.

Carvana e Ramos interpretaram pai e filho na novela "Paraíso Tropical", (Globo, 2007), de Gilberto Braga.

"A única coisa que posso dizer é pra mim foi uma grande perda. Um dos grandes nomes do cinema brasileiro", lamentou o ator.

"Carvana foi um dos grandes lutadores, um homem que brigou muito pelo cinema brasileiro. E um grande observador do cotidiano urbano", comentou.

"Uma pessoa da melhor qualidade. Deixo toda a minha saudade, carinho e respeito".

A atriz Tássia Camargo, 53, também lamentou a morte do colega de profissão. Os dois contracenaram em "O Dono do Mundo" (1991), "Noivas de Copacabana" (1992) e "Plantão de Polícia" (1979).

"Há algum tempo tive a honra de encontrar o Hugo num encontro de artistas e intelectuais aqui no Rio. Estou muito triste com a notícia, é uma perda muito grande para a classe artística, o Brasil e a cultura brasileira. Ele era um grande amigo e excelente ator, diretor e cineasta".


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