Folha de S. Paulo


Estilista usa técnica de 3D em tecido elástico

As técnicas de 3D aplicadas na moda vieram para ficar. Prova disso foi o desfile da grife japonesa Issey Miyake, que levou à sua passarela de verão 2015, na sexta (26), durante a semana de moda de Paris, um tecido elástico que saltava em formato de origami do corpo da mulher.

O estilista da grife e pupilo de Miyake, Yoshiyuke Miyamae, que assumiu em 2011 a direção da marca após a aposentadoria do fundador, é mestre na construção de roupas produzidas a partir de conceitos geométricos e esteve à frente do desenvolvimento do tecido.

Sob sua batuta, a Issey Miyake produziu coleções ovacionadas pelo caráter inovador. Na temporada passada, Miyamae criou uma bolsa que, quando aberta, virava um vestido.

"O grande desafio é manter essa simplicidade, essa moda divertida que ele [Issey Miyake] pregava acima de tudo", conta o estilista à Folha.

"Nesta coleção, eu desenvolvi todos os vestidos a partir de programas de computador para ter essa exatidão do movimento e das formas."

As modelos desfilavam vestidos com relevos e recortes assimétricos perfeitamente posicionados no colo e em pontos da barra.

O "pleats please", os plissados que são o maior legado de Issey Miyake na moda, apareceram pontualmente em vestidos de cores vivas, como os que misturavam tons de laranja e amarelo.

PERFORMANCE

Em seu desfile, performático, a artista sonora japonesa Ei Wada, membro do grupo de musicistas Open Reel Ensemble, criava sons a partir de rádios vintage.

Quando acionados por ela, a partir de um piano, eles moviam balões de hélio para criar um som semelhante a um zumbido de rádio.

"Os shows têm de ser uma extensão do que você propõe compartilhar com as pessoas a partir das roupas", afirma Miyamae.


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