Folha de S. Paulo


'Roupas são o ponto de partida dos meus filmes', diz cineasta Xavier Dolan

Não é apenas a semana de moda de Paris que reflete a abertura da França para os jovens criadores. Vencedor do prêmio do júri do último Festival de Cannes, em maio, o canadense Xavier Dolan, 25, é o maior exemplo de como a indústria cultural francesa quer prestigiar seus novos ícones.

Dolan, que nasceu no Québec, parte do Canadá que fala francês, fez obras como "Eu Matei Minha Mãe", de 2009, e "Mommy", de 2014, ambos premiados em Cannes.

A Folha encontrou o cineasta no jardim em frente ao Grand Palais, onde ocorreu o desfile do belga Dries Van Noten, vestido com um terno justo e uma blusa transparente de tela por debaixo do blazer.

Ele esperava um amigo entregar-lhe os óculos que havia esquecido "para poder ver melhor as roupas do desfile", segundo disse.

Pedro Diniz/Folhapress
Xavier Dolan no jardim em frente ao Grand Palais, em Paris
Xavier Dolan no jardim em frente ao Grand Palais, em Paris

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Folha - Em sua opinião, qual é a importância da moda no cinema contemporâneo?
Xavier Dolan - A moda influencia e define a construção dos personagens, é como um fio que conduz o roteiro. Eu amo os cineastas que conseguem explorar essa relação do figurino com a história implícita nos personagens.

Isso vale para seus filmes?
Sem dúvida. Roupas são vitais, o ponto de partida para meus filmes. Isso não significa que eu vá colocar roupas da semana de moda nos meus filmes, não é isso.

E o que é?
É capacidade de observação. Existe moda em tudo o que você vê hoje na rua, nas pessoas. Roupas revelam bastante sobre o que pensamos.


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