Folha de S. Paulo


Crítica: 'Passagem para a Índia' segue atual, mesmo 30 anos depois

Não há diretor mais britânico do que David Lean. Tudo em que toca diz respeito à Inglaterra. E, no entanto, parece que não suporta a Inglaterra e suas maneiras.

São os preconceitos e a mania de superioridade britânicos que estão em jogo em "Passagem para a Índia" ("A Passage to India", TC Cult, 17h; livre), pois tudo se passa a partir do momento em que uma jovem britânica, numa crise histérica, crê ter sido violentada pelo simpático médico nativo que a acompanha em sua viagem à Índia.

Mas este filme de 1984 não sabia, certamente, o quanto seria atual 30 anos depois. Pois se não há mais um império britânico a questionar, existe uma indústria da moralidade em ação, onde qualquer visão histérica de ato passível de ser assimilado como de natureza sexual sem consentimento pode ser logo criminalizada.

Divulgação
Cena do filme 'Passagem para a Índia'
Cena do filme 'Passagem para a Índia'

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