Folha de S. Paulo


Crítica: 'Deus e o Diabo na Terra do Sol' é de uma grandeza estonteante

Não á fácil, para o espectador de hoje, entender por que "Deus e o Diabo na Terra do Sol" (TV Brasil, 22h30; 14 anos) fascinou tanto as pessoas há exatos 50 anos. Com efeito, ali Glauber Rocha agita todos os mitos do sertão brasileiro, de Canudos ao cangaço: deuses e diabos habitam esta terra, que disputam com o homem.

Glauber refaz o caminho doloroso do jagunço despossuído, perseguido por outra figura diabólica, Antonio das Mortes, aquele que só existe para executar os outros.

Se tudo parecer um pouco difícil (não é uma história linear), fora de moda politicamente, o espectador de hoje levará vantagem se se concentrar só num aspecto: a beleza, o enorme talento com que Glauber reinventa o espaço, criando, do nada, uma grandeza estonteante.

Um dos raros momentos em que a arte brasileira influenciou meio mundo.

Reprodução
Cena do filme
Cena do filme "Deus e o Diabo na Terra do Sol", do cineasta Glauber Rocha

Endereço da página: