Folha de S. Paulo


Fernanda Montenegro apresenta 'Infância' no Festival de Paulínia

Na última noite da mostra competitiva do Festival de Cinema de Paulínia, no último sábado (26), o destaque foi a presença da atriz Fernanda Montenegro, que veio ao evento apresentar seu mais recente filme, "Infância", dirigido por Domingos Oliveira.

Quando foi chamada ao palco, a intérprete foi aplaudida de pé pelas mais de 1.200 pessoas que lotaram o Teatro Municipal de Paulínia. "Estar aqui para ver um filme tão bonito e honesto é um privilégio", disse Fernanda, que tem um papel grande na obra.

Autobiográfico, o longa-metragem do veterano diretor Domingos Oliveira ("Todas as Mulheres do Mundo") revira os seus tempos de menino de 8 anos, na pele do ator Raul Guaraná, vivendo num casarão em Botafogo, no Rio, nos anos 1940.

Estão lá a sua paixão platônica pela professora particular (Maria Flor), o pai trambiqueiro (Paulo Betti), a mãe superprotetora (Priscilla Rozenbaum) e a matriarca de punho de ferro da família, Dona Mocinha (Fernanda Montenegro), lacerdista fervorosa.

A HISTÓRIA DA ETERNIDADE

Antes de "Infância" houve a exibição do filme "A História da Eternidade", estreia em longas do diretor pernambucano Camilo Cavalcante.

Ambientado no sertão, o filme entrelaça três histórias passadas no mesmo povoado: a relação de uma garota sonhadora com o tio artista, um sanfoneiro apaixonado por uma mulher enlutada e o reencontro entre uma avó e seu neto da cidade grande.

"O sertão é tratado de forma muito estereotipada no cinema", afirma Cavalcante, que passou a infância no interior da Paraíba e do Piauí antes de se mudar para Recife. "Eu quis tratá-lo em sua universalidade, como uma região da alma humana, mais do que como uma área seca, desprovida de recursos."

Lotado de imagens poéticas, o filme tem Irandhir Santos no papel do tio. A cena em que ele se apresenta no meio do povoado árido, cantando "Fala", dos Secos e Molhados, foi aplaudida durante a sessão.


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