Folha de S. Paulo


Pinacoteca exibirá obras feitas nos últimos anos da carreira de Leonilson

Dividida em sete módulos sem ordem cronológica, "Leonilson: Truth, Fiction" é uma das maiores exposições já feitas sobre o artista.

O foco são os trabalhos feitos entre 1987 e 1993, considerados por Adriano Pedrosa, curador da mostra da Pinacoteca, os mais maduros de Leonilson.

Pinturas, desenhos, bordados, objetos e uma instalação compõem os módulos "Diário", "Mapas", "Matemática e Geometria", "Brancos", "Capela do Morumbi", "1991" e o núcleo com as ilustrações que Leonilson fez para a Folha entre 1991 e 1993.

Durante a exposição, será colocada à venda a gravura "Sem Título", de 1983. É a primeira vez que a serigrafia será editada. Em parceria com o Projeto Leonilson, responsável pelo acervo do artista, serão feitos 100 exemplares da obra.

A mostra começou a ser projetada há cerca de três anos, segundo Pedrosa.

"Sempre é tempo de ver Leonilson. Ele foi um artista singular e antecipou a sua época, por isso continua muito relevante para as novas gerações", diz o curador.

Apesar da divisão em módulos, Pedrosa pondera que todos poderiam ser chamados de "Diário", entendido como representação, e não simples registro, da vida.

"Ele tinha um poder único de síntese poética para falar das emoções, dos desejos ou de temas políticos"

Mas o próprio nome da exposição (e de um desenho de Leonilson) lembra que não dá para interpretar toda a obra de um artista como relato biográfico.

"Eu poderia usar para essa exposição a epígrafe da 'metabiografia' do filósofo francês Roland Barhtes: 'Tudo aqui deve ser compreendido como dito por um personagem de romance'", diz Pedrosa.


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