Folha de S. Paulo


Leilão de obras de Detroit não aliviaria dívidas da cidade, segundo especialista

A coleção do Instituto de Artes de Detroit tem seu valor avaliado em US$ 4,6 bilhões (R$ 10,1 bilhões), mas um leilão de obras para levantar fundos para pagar os credores da cidade não conseguiria mais que US$ 2 bilhões (R$ 4,4 bilhões).

A conclusão é do expert do mercado da arte Michael Plummer, que foi contratado pelo instituto e pela prefeitura para avaliar a coleção e bolar maneiras de fazer dinheiro com ela.

Bill Pugliano/AFP
Obras expostas no Instituto de Artes de Detroit, em foto tirada nesta quarta-feira (9)
Obras expostas no Instituto de Artes de Detroit, em foto tirada nesta quarta-feira (9)

Segundo ele, as condições do mercado fariam com que os preços abaixassem. Além disso, vender as obras mais valiosas forçaria o museu a fechar.

"Em vez de ser uma fonte de dinheiro para os credores ou um fardo para Detroit, o Instituto é na verdade o aspecto cultural mais relevante que a cidade possui para a revitalização", escreveu Plummer.

Alguns dos credores da cidade vinham pressionando a prefeitura para vender as obras, para que conseguisse algum dinheiro e pagasse parte da dívida pública de US$ 18 bilhões (R$ 39,8 bilhões), a maior de um município na história dos Estados Unidos.

Para Plummer, um leilão conseguiria levantar apenas um valor entre US$ 1,1 bilhão e US$ 1,8 bilhão (R$ 2,4 bilhões e R$ 3,9 bilhões), muito abaixo do que as obras realmente custam.

Entre as pinturas que se encontram no acervo do instituto, estão trabalhos de Van Gogh e Rembrandt.


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