Folha de S. Paulo


Homem que diz ter sido estuprado por diretor de 'X-Men' processa executivos

Um homem que está processando o diretor de "X-Men" Bryan Singer, alegando ter sido estuprado pelo cineasta quando era adolescente, acusa agora mais três executivos de Hollywood de abuso sexual e estupro em ações abertas na segunda-feira (21). Os pedidos de indenização são superiores a US$ 10 milhões (cerca de R$ 22,46 milhões).

Na semana passada, o advogado do cineasta Bryan Singer disse ser "óbvio" que as acusações foram feitas numa tentativa de "ganhar publicidade" com a estreia do filme.

Agora Michael Egan, 31 —um ator adolescente em Los Angeles no final dos anos 1990—, diz que os executivos de TV Garth Ancier e David Neuman, e o empresário do setor de entretenimento Gary Goddard, eram parte de um grupo que praticava sexo com menores de idade em Hollywood em 1999 e 2000.

Nenhum dos três novos acusados foram encontrados pela Reuters para comentar o caso.

Mario Anzuoni/Reuters
Michael Egan em coletiva de imprensa em Los Angeles, Califórnia
Michael Egan em coletiva de imprensa em Los Angeles, Califórnia

Goddard, 59, trabalhou com programas de televisão. O Grupo Goddard também criou atrações em parques temáticos, incluindo no Universal Studios. Um representante do empresário disse que ele está fora dos EUA atualmente, mas que vai responder apropriadamente às acusações. "Com base no que nós entendemos das alegações feitas, a acusação é sem mérito", disse.

Ancier, 56, já ocupou cargos na Fox e NBC e foi cotado para se tornar presidente da NBC Entertainment, segundo o site especializado IMDB. Ele não respondeu aos telefonemas e emails.

Neuman, que não pôde ser contatado, foi presidente da Walt Disney TV e diretor de programação da CNN.

Em uma coletiva de imprensa na segunda, Egan foi acompanhado de sua mãe, Bonnie Mound, e do advogado Jeff Herman. Ele disse a repórteres que enfrenta críticas desde a semana passada, quando entrou com sua ação contra Singer, cujo filme "X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido" estreia no próximo mês.

"Passando por isso e sendo atacado, você vê por que as vítimas não denunciam. Não é uma coisa muito agradável de enfrentar", disse Egan. Ele ainda incentivou outras vítimas a fazer denúncias: "Nós temos pessoas que podem nos proteger agora."

Nos processos, Egan alega ter sido induzido ou coagido a atividade sexual em "festas infames e degeneradas". Segundo ele, os abusos sexuais continuaram em viagens para o Havaí, onde os três processos foram apresentados nesta segunda.


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