Folha de S. Paulo


Fãs acampam há mais de um mês para ver Demi Lovato

A fim de ficar o mais perto possível da cantora pop americana Demi Lovato, 21, Paula Ferreira, 18, está acampando pela terceira vez para guardar lugar em frente ao palco. Ela já fez vigílias nas duas apresentações da artista no Brasil em 2012.

"Também fiquei 50 dias esperando o Justin [Bieber] e não fui no show [em novembro passado]. A Demi anunciou que vinha de novo e eu não tinha dinheiro para ir nos dois, então vendi o do Justin para comprar o da Demi", conta ela.

Para fazer valer a troca e assistir a tudo de perto, a estudante chegou à rua Bento Branco de Andrade Filho, num dos portões de entrada do Citibank Hall (zona sul de São Paulo), no dia 20 de março, mais de um mês antes das apresentações, a primeira das quais acontece hoje.

Além da barraca que Paula ocupa, há mais sete na calçada. Ao todo, cerca de 150 fãs estão envolvidos no acampamento, revezando-se em turnos na maratona.

"Eu adoro ficar aqui porque todo mundo gosta da mesma coisa. É Demi o dia inteiro", diz ela, que se sente segura no local, apesar das barracas não terem supervisão de seguranças.
Comida, cada um traz a sua. Banheiro, conseguem usar dentro da administração da casa de shows ou em padarias próximas.

Fora os "lovatics" —como se autointitulam os fãs da cantora—, aproximadamente cem "little black stars" já estão com o seu nome na lista de entrada para os shows de Avril Lavigne.

A cantora canadense se apresenta uma semana depois da estrela americana, nos dias 29 e 30.

A ordem nas listas é decidida pela quantidade de horas de vida doadas pelos "lovatics" ao acampamento.

Para estar bem cotado, a maioria fica, em média, três turnos de seis horas por semana. O ranking é controlado pelos próprios fãs.

Todo o esforço, porém, pode não ser suficiente para chegar à grade que separa a plateia do palco nos shows.

Antes de ser liberada para o público em geral, a pista será ocupada pelos "lovatics" que pagaram, fora o ingresso, US$ 90 (cerca de R$ 200) para assistir à passagem de som ou, ainda mais, US$ 400 (R$ 900), pelo "meet and greet" —encontro pessoal que dá direito a brindes e a foto com a cantora antes do show.

"Se um dia eu for vereador, vou criar o bolsa fã, para todo mundo ter dinheiro para pagar isso", discursa e ri, de dentro de sua barraca, o auxiliar de escritório e "fã profissional" Cláudio Oliveira, 18, que já espera por Avril Lavigne no local há um mês. (GIULIANA DE TOLEDO)


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