Folha de S. Paulo


Obra máxima de García Márquez narra catástrofe inescapável

Publicado em 1967, "Cem Anos de Solidão" conta a história dos Buendía, uma família condenada por uma força inexplicável a viver um século de solidão. Não por acaso as gerações vão se sucedendo com repetições, não só de nomes, como de sinais trágicos, comportamentos obsessivos e desilusões.

Talvez seu maior logro tenha sido desfiar a história usando uma naturalidade marcada por um humor macabro. Nela, sucedem-se fatos completamente inverossímeis, mas que fazem sentido segundo o contexto e a personalidade de cada personagem.

O pano de fundo é uma Colômbia cindida pelo enfrentamento histórico e sangrento entre conservadores e liberais, que remonta ao século 19 e que persiste até os dias de hoje, dando atualidade ao livro.

Também é possível interpretá-lo como uma metáfora do isolamento e da desesperança da América Latina na primeira metade do século 20.

A sensação de repetição e ao mesmo tempo a quantidade imensa de personagens confundem, mas vão construindo uma sensação de catástrofe, fecho inescapável da saga.

O livro é influenciado por fatos e personagens que fizeram parte dos primeiros anos da vida de Gabo.


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