Folha de S. Paulo


Coleções do Fashion Rio vão de manifestações à 'Pequena Sereia'

No campo das inspirações, as marcas que desfilam no Fashion Rio viajaram em conceitos tão profundos e difíceis de traduzir em roupas quanto o fundo do mar lúdico de "A Pequena Sereia" e as manifestações de junho no Brasil.

O mineiro Victor Dzenk, mestre dos bordados e das aplicações em brilho, produziu uma série de looks em que o furta-cor, as conchas e as pérolas apareciam mais do que as roupas na passarela.

Um emaranhado de referências ao fundo do mar, com direito a estampas de seres marinhos e muito verde água, talvez a cor mais difícil de trabalhar sem soar cafona, tiram a leveza que a coleção quer propor com tecidos esvoaçantes e transparências —essas, vale dizer, fora de contexto.

O fundo do mar era o mote do desfile, com trilha do filme "A Pequena Sereia" de fundo.

Para a próxima temporada internacional, espera-se que várias coleções toquem no tema devido ao recente anúncio das filmagens do remake do clássico infantil da Disney, que será dirigido por Sofia Coppola.

Soar atual também era a intenção da grife masculina R.Groove, que colocou os protestos de junho no Brasil dentro da coleção apresentada na temporada carioca.

Assim como fizeram Ellus e Cavalera, a marca explorou o inconformismo com o sistema, só que com palavras como "caos" e símbolos usados nas redes sociais, que foi ponto de encontro dos manifestantes no ano passado.

Túnicas, shorts largos com clara influência ao urbano, sobreposições e muito preto e branco compõe o look manifestante de butique que a marca explora.

PRAIA ARTSY

De olho na relação da moda com as artes plásticas, a grife de moda praia Salinas bebeu das cores e do universo paradisíaco pintado pelo francês Paul Gauguin (1848-1903).

O surf-chic pronto para a areia que a marca concebeu é cheio de maiôs estampados, blusas com telas que imitam rede e decotes virados para as costas.


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