Folha de S. Paulo


Justiça alemã libera devolução de obras do 'tesouro' nazista

A Justiça da Alemanha suspendeu nesta quarta-feira (9) o embargo sobre 1.200 obras de arte encontradas na casa do alemão Cornelius Gurlitt em 2012.

A medida é parte de um acordo fechado na segunda entre Gurlitt, o Estado federal alemão e o Estado regional da Baviera. Em troca, Gurlitt deve restituir aos donos legítimos as peças sob suspeita de terem sido roubadas de famílias judaicas durante o regime nazista.

De acordo com os advogados de Gurlitt, porém, apenas 3% das obras foram saqueadas pelos nazistas e, portanto, devem ser devolvidas. Os donos legítimos têm um prazo de um ano para se identificarem.

AFP
Imagens divulgadas pelas autoridades alemãs; entre elas, há obras de Delacroix, Antoine Watteu, Pissaro, Paul Gauguin e Cezanne
Imagens divulgadas pelas autoridades alemãs; entre elas, há obras de Delacroix, Antoine Watteu, Pissaro, Paul Gauguin e Cezanne

Gurlitt, 81, escondeu quase 1.400 obras —entre elas quadros de Picasso e Matisse— consideradas perdidas há várias décadas em um apartamento de Munique, Alemanha, e mais de 200 quadros e esboços em sua casa de Salzburgo, na Áustria. Desde que foram descobertas as obras estavam confiscadas pela Justiça.

Seu pai, Hildebrand Gurlitt, foi um marchand de arte encarregado pelo Terceiro Reich de vender obras para conseguir divisas.

A Justiça alemã destacou que prossegue com a investigação contra Gurlitt por fraude fiscal, fato que levou à descoberta das obras há dois anos.


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