Folha de S. Paulo


Jake Bugg atualiza velhos ritmos e faz versão de Neil Young

Uma das escolhas de Sofia deste Lollapalooza —Jake Bugg ou Soundgarden?— acabou sendo resolvida por faixa etária: quem tinha menos de 25 anos (especialmente as meninas, tanto as arrumadinhas quanto as roqueiras) foi ver o jovem violeiro inglês, que tocou no mesmo horário dos veteranos do grunge de Seattle.

E certamente não se arrependeu, pois viu um show elétrico, em que o inglês de 20 anos e voz anasalada mostrou destreza ao atualizar ritmos centenários como o country, o folk e o blues.

Bugg, que na última sexta visitou a favela de Heliópolis, onde fez um grafite e deu uma canja, a convite de uma ONG, é uma figura séria e compenetrada no palco —fala pouco, sorri menos ainda.

Acompanhado de uma banda enxuta (baixo e bateria) e tão jovem e séria quanto ele, o cantor se mostrou indiferente à histeria juvenil, principalmente feminina, que o cerca —talvez com medo de que ela seja comparada a das boy bands e de figuras como Justin Bieber.

Mas, diferenças musicais à parte, as semelhanças na idolatria são evidentes —as meninas ficam no gargarejo gritando "Jake" e chorando, apaixonadas.

O repertório de 16 canções foi baseado nas músicas mais animadas de seus dois álbuns, "Jake Bugg" (2012) e "Shangri La" (2013).

Canções como "Seen it All" e "Two Fingers" tiveram seus refrães acompanhados em coro pelo público, assim como as baladas da noite ("Broken" e "A Song about Love") —a primeira delas com Bugg sozinho ao violão.

A sequência final do show foi particularmente animada, com Bugg de guitarra em mão acelerando o ritmo com ótimas canções como "Taste it" e "What Doesn't Kill You".

Houve ainda uma homenagem a um de seus ídolos, Neil Young, com o clássico "My My, Hey Hey", antes do encerramento com a explosiva "Lightning Bolt".


Endereço da página:

Links no texto: