Folha de S. Paulo


Brothers of Brazil e Selvagens agradam públicos pequenos no Lollapalooza

Tocar logo cedo em festivais é sempre um exercício de paciência para os artistas escalados. Tipo "boi de piranha". Os grupos brasileiros Brothers Of Brazil e Selvagens à Procura de Lei souberam encarar essa missão com bastante competência, cada qual à sua moda.

O duo Brothers of Brazil é a concisão em pessoa. João Suplicy (violão elétrico e vocal) e Supla (bateria e vocal), ajudados em algumas músicas por um baterista adicional, dividem bem as tarefas e mandam um pop rock mestiço, com direito a melodias bacanas, batidas fortes e vocalizações bem arranjadas. Entraram no palco às 13h30, com tudo.

Para quem encara Supla como aquele arroz de festa que não sai da mídia, é certamente uma surpresa constatar a consistência do trabalho de sua banda. No show, que ganhou o pequeno público do começo ao fim, foram tocadas músicas da dupla, como "On My Way", a irada "Tudo Pelo Poder" e "Viva Liberty", lembranças dos trabalhos anteriores de Supla como "Garota de Berlim" e "Japa Girl", e covers inesperados como "Imagine" (John Lennon) e "Rock and Roll" (Led Zeppelin).

O início do show dos Selvagens à Procura de Lei foi um pouco nervoso, possivelmente motivado por problemas com a guitarra de Gabriel Aragão. O quinteto cearense superou essa tensão com garra, o apoio do público e um repertório composto por músicas engajadas, angustiadas e com melodias interessantes.

O melhor momento ficou por conta da ácida "Sr. Coronel", da inédita "Bem-vindo ao Brasil" e da irônica "Mulambo Cafundó", que encerrou o show com citações de "Geração Coca-Cola" (Legião Urbana) e do Hino Nacional.


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