Folha de S. Paulo


Muse transforma palco de Interlagos em Caldeirão

Uma das principais atrações do festival Lollapalooza, que está sendo realizado no Autódromo de Interlagos, o Muse encerrou a programação do palco Skol deste sábado (5), com "Knights of Cydonia". A segunda e última canção do bis teve solo de gaita de Christopher Wolstenholme, o baixista, e promessas de retorno ao país em 2015.

A banda entrou no palco, às 21h30, e saiu às 23h, pontualmente. Cerca de uma hora antes da apresentação, os fãs já tomavam conta da pista e do entorno, subindo pelas rampas cobertas de grama. Para quem chegava ao local vindo do palco Interlagos tinha a impressão de adentrar um estádio de futebol. A banda de Matthew Bellamy aproveitou o cenário para fazer o que melhor sabe, um espetáculo de luzes, imagens e som. Ainda que a voz de Bellamy estivesse prejudicada.

Resfriado, o vocalista estava rouco e evitou agudos. Ainda que tenha se poupado. O Muse cancelou um show no Grand Metrópole na última quinta (3), o que gerou dúvidas sobre a apresentação no festival e até sobre a possibilidade de cantar com "play back". Mas não foi o que aconteceu.

Durante uma hora e meia a banda e seu vocalista se entregaram –ainda que com limitações. Mal Bellamy entrou no palco, batendo palmas para o alto, já partiu para a guitarra, que foi seu refúgio no palco Skol. Sem voz, canto pouco, mas compensou com solos elaborados e interação com os fãs. Desceu do palco ao som de "Starlight", e passeou pelo espaço que separa o público do palco se recostando sobre os fãs para cantar o quanto podia.

Logo na terceira música, os integrantes lançaram um cover de "Lithium", do Nirvana. A homenagem aos 20 anos da morte de Kurt Cobain rendeu coro animado. Um dos momentos mais envolventes do show foi quando a banda tocou "Madness", cantada em coro pela plateia —que teve ajuda de um telão que informava alguns trechos da letra.

Faltou "Supremacy", pedido do público ao fim do bis, que não foi atendido. Mas com músicas como "Time Is Running Out", o Muse conseguiu transformar o palco Skol em um caldeirão.


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