Folha de S. Paulo


Presidente Dilma e artistas lamentam morte de José Wilker; leia repercussão

Bárbara Paz, 39, lamentou a morte de José Wilker, com quem tinha uma relação próxima de amizade.

A atriz, que fez par romântico com Wilker na última novela dele, "Amor à Vida" (Globo), também relembrou o romance com o ator na adolescência.

"Estou muito triste, porque o Zé era uma pessoa muito importante na minha vida, não só como ator. Quando eu tinha 19 anos tivemos um romance e ele foi fundamental na minha existência, me ensinou muito. Foi um grande mestre", contou a atriz em entrevista à Folha.

Muito emocionada, Bárbara lembrou dos momentos de descontração com o amigo nos bastidores das gravações.

"Foi um belo novo encontro. A gente se divertiu muito, ele tinha um humor sem igual. Vivia fazendo piada, contando histórias de bastidores, da vida de atores, diretores. Ele sempre alegrava o set. Onde ele estava, tinha gente dando risada", lembrou.

TONY RAMOS

O bom humor e o carinho de Wilker também foram lembrados por Tony Ramos.

"Ele era agradabilíssimo, muito querido. Ele me mandou flores no meu aniversário. Dá saudades desses gestos carinhosos, de poder recorrer a ele com uma dúvida sobre cinema. Ele era uma enciclopédia ambulante", lembrou Tony em entrevista à emissora GloboNews.

DILMA ROUSSEFF

Dilma Rousseff também comentou a morte em seu Twitter. "Ator, crítico de cinema e exemplo de dedicação à arte, José Wilker nos presenteou com interpretações que se tornaram ícones do cinema e da TV", escreveu a presidente.

Pouco depois, emitiu nota oficial lamentando a perda de Wilker.

"Foi com tristeza que tomei conhecimento da morte de José Wilker. Ator, crítico de cinema e exemplo de dedicação à arte, José Wilker nos presenteou com interpretações que se tornaram ícones do cinema e da TV. À sua família, amigos, colegas de trabalho e milhões de fãs por todo o Brasil, me solidarizo neste momento de dor."

ANTONIO CALLONI

O também ator Antonio Calloni, 52, disse que a morte é apenas "parte do show".

"O senso de humor e a ironia fina do Wilker, a inteligência dele, vão ficar na memória", comentou o colega, que contracenou com Wilker em duas produções da Globo, "Salvador da Pátria" (1989) e "JK" (2006). "A vida sempre vence. Ele está aí, ele continua aí. Vamos sentir saudades, mas faz parte do show", falou em entrevista à GloboNews.

BETTY FARIA

Emocionada, a colega de profissão Betty Faria comentou a partida tranquila do ator.

"Para ele é uma maravilha essa saideira. Sem passar por hospital, aquela coisa triste", disse a atriz. "Temos mais de meio século de parceria, passamos muita coisa juntos nessa vida cigana. O Zé já foi tudo meu: meu marido, meu amante, meu algoz... Meus personagens também estão tristes", encerrou.

LIMA DUARTE

Lima Duarte, que contracenou com o ator na clássica novela "Roque Santeiro", disse que "tem um buraco em seu coração".

MARTA SUPLICY

A ministra da cultura Marta Suplicy divulgou à imprensa uma nota oficial de pesar pela morte do ator.

"Chora o Brasil pela dor da perda de um de seus grandes. A morte prematura de José Wilker nos deixa a todos consternados e com grande vazio. José Wilker, com seu imenso talento e sensibilidade, propiciou aos brasileiros momentos ímpares. Solidariedade e apoio a sua família e amigos", diz a nota.

CELSO AMORIM

"É uma enorme perda para todo o cinema", disse o ministro da Defesa, que foi presidente da Embrafilme de 1979 a 1982. "Tenho ótimas lembranças dele e de importantes obras que participou. No meu tempo, na Embrafilme, posso citar o filme 'Bye Bye Brasil', em que interpretou o lorde cigano, personagem marcante. Sem dúvida deixa grandes obras e fará muito falta, uma grande perda".

EDUARDO PAES

O prefeito do Rio também lamentou a morte, em nota oficial.

"Cearense de nascimento, carioca por escolha, José Wilker se confunde com a história da dramaturgia brasileira. Grande ser humano e um artista completo, de personagens memoráveis, Wilker deixará um vazio irreparável nas telas país afora. Como se esquecer de Mundinho Falcão, Vadinho, Antonio Conselheiro, Roque Santeiro, Coronel Jesuíno? A notícia de seu falecimento traz tristeza a todos que o conheceram e acompanharam sua trajetória e, ao mesmo tempo, um sentimento de gratidão por sua arte e seu talento. À família e aos amigos, muita força e conforto nesse momento de luto."

GERALDO ALCKMIN

O governador de São Paulo enviou seus sentimentos à família de José Wilker.

"Com a morte de José Wilker nesta manhã, o Brasil perde um dos artistas mais talentosos e atuantes da televisão, do teatro e do cinema brasileiros. Ator, diretor, produtor, comentarista e escritor, José Wilker agraciou os brasileiros com sua arte e será sempre lembrado pelos seus personagens inesquecíveis. Os mais sinceros sentimentos à família."

JOÃO LYRA NETO

O governador de Pernambuco relembrou a carreira do ator.

"José Wilker foi um dos grandes talentos revelados pelo Movimento de Cultura Popular - MCP, instituído pelo Governo de Pernambuco, na gestão do governador Miguel Arraes, na década de 1960. Oriundo de Juazeiro do Norte, Ceará, José Wilker começou sua carreira nos palcos aos 13 anos de idade, em Recife, com a peça 'Julgamento em novo sol', de Augusto Boal e Nelson Xavier, tendo como cenógrafa e figurinista a francesas Ded Bourbonnais, também engajada ao MCP.

Logo em seguida dirigiu vários espetáculos através do Movimento de Cultura Popular pelo Sertão Pernambucano. Depois do golpe militar de 1964, pressionado pela repressão que coloca o MCP na ilegalidade, Wilker parte para o Rio de Janeiro. Com Luiz Mendonça, diretor de teatro do MCP, Isabel Ribeiro, Camilla Amado e Carlos Vereza, funda, no Rio de Janeiro, o Grupo Chegança, no qual atua durante quatro anos em montagens como 'Morte e Vida Severina', do pernambucano João Cabral de Melo Neto e "A Excelência" do também pernambucano Luiz Marinho. Sua carreira ganha dimensão nacional e amplitude conquistando as telas do cinema e televisão com personagens até hoje inesquecíveis.

Sua presença na teledramaturgia brasileira será sempre lembrada graças ao seu desempenho extraordinário em novelas e minisséries como 'Roque Santeiro', 'Gabriela', 'Anos Rebeldes', 'Agosto', 'JK', 'Amazônia - De Galvez a Chico Mendes'. Apaixonado pelo cinema, José Wilker foi intérprete de obras clássicas como 'Dona Flor e seus dois maridos', 'A Falecida', 'O Justiceiro', 'Estranho Amor', 'Bye, bye Brasil', 'O Homem da Capa Preta', 'Dias Melhores Virão', 'Guerra de Canudos', entre outras. Além de ter se destacado na imprensa como crítico cinematográfico. O Governo de Pernambuco registra com enorme pesar a morte deste grande artista profundamente ligado à cultura do nosso estado, intelectual militante das causas populares e, antes de tudo, um grande brasileiro."


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