Folha de S. Paulo


Cenas de sexo dificultam versão em Blu-ray de vencedor de Cannes

A Imovision, distribuidora do filme francês "Azul é a Cor Mais Quente" (2013), tem enfrentado dificuldades para lançar uma versão em Blu-ray do longa no Brasil.

A empresa afirmou em nota nesta terça (25) que procurou dois fabricantes do formato, a Sonopress e a Sony DADC, mas estes se recusaram a produzir o Blu-ray do filme, vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes de 2013.

De acordo com a Imovision, a Sonopress disse que "nenhuma outra empresa faria o serviço" e a Sony DADC considerou "o conteúdo inadequado devido às cenas de sexo". A classificação indicativa do filme é de 18 anos no Brasil.

Divulgação
Adèle Exarchopoulos e Léa Seydoux em cena do filme 'Azul É a Cor Mais Quente
Adèle Exarchopoulos e Léa Seydoux em cena do filme 'Azul É a Cor Mais Quente'

A distribuidora diz que a produção, dirigida por Abdellatif Kechiche e protagonizada por Léa Seydoux e Adèle Exarchopoulos, será lançada apenas em DVD por enquanto —no dia 20 de março, para locação, e em 12 de junho, para venda—, mas ainda busca alternativas para a fabricação de um Blu-ray.

"Azul é a Cor Mais Quente", sobre um romance entre duas mulheres, foi alvo de polêmicas após críticas feitas pelas protagonistas do filme em relação à forma de trabalho de seu diretor.

A história é baseada em uma novela gráfica homônima da francesa Julie Maroh, que a escreveu quando tinha 19 anos. A quadrinista também criticou as cenas de sexo do filme, descrevendo-as como "uma demonstração brutal e cirúrgica do suposto sexo lésbico que se tornou pornô".

À Folha, a Sonopress disse estar avaliando um posicionamento e a Sony não respondeu aos pedidos de entrevista até a publicação da reportagem.

Na noite desta segunda (24), a Imovision publicou uma nota em que acusava as "empresas brasileiras produtoras de Blu-ray" de se negarem "a produzir o filme devido ao seu 'conteúdo'", nas páginas da distribuidora e do filme no Facebook.


Endereço da página:

Links no texto: