Folha de S. Paulo


Crítica: 'Alabama Monroe' seduz com sexo, tristeza e ótima música

Ao final de uma sessão de "Alabama Monroe", o espectador deixa o cinema certo de que acaba de ver um bom filme. Difícil mesmo é classificá-lo em algum gênero.

Dramalhão sobre doença, boas canções de música country, cenas de sexo bem quentes, momentos fofinhos. Tem tudo isso, bem misturado na edição, a ponto de causar estranheza ao pular de um clima para outro.

Resumindo muito, é a história de um casal que vive em área quase rural na Bélgica.

Divulgação
Veerle Baetens e Johan Heldenbergh em 'Alabama Monroe
Veerle Baetens e Johan Heldenbergh em 'Alabama Monroe'

Ela, Elise, é tatuadora na cidade mais próxima, com o próprio corpo servindo de mostruário de seu trabalho.

Ele, Didier, é um fazendeiro hippie que canta e toca banjo numa banda de bluegrass —gênero "primo" do country, mas executado só com instrumentos de corda.

O filme começa quando sua filha única de seis anos inicia quimioterapia. Então a história segue em saltos temporais, indo e voltando no relacionamento dos dois.

Daí vem a gangorra emocional oferecida pelo diretor Felix van Groeningen.

Um belíssimo momento no palco da banda de Didier —na qual Elise assume os vocais— pode ser seguido de uma cena triste da menina no hospital, de rasgar o coração, e depois o filme volta para o início de namoro do casal, com alta voltagem erótica.

Apesar dessas variações, um tanto incômodas, é fácil se envolver com a história. Ajuda o ótimo desempenho do par central.

A radiante Veerle Baetens derrete libidos na plateia. E Johan Heldenbergh, autor da peça que deu origem ao filme, vai bem no papel mais difícil, como o instável Didier.

Indicado ontem ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, "Alabama Monroe" realmente seduz o espectador. Mas não é nada fácil.

ALABAMA MONROE
DIREÇÃO Felix Van Groeningen
PRODUÇÃO Bélgica, 2012
ONDE Reserva Cultural e circuito
CLASSIFICAÇÃO 16 anos
AVALIAÇÃO bom


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