Folha de S. Paulo


Família antecipa cremação de Nelson Ned para a noite deste domingo

O cantor Nelson Ned, 66, será cremado neste domingo (5), às 21h, no Cemitério Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.

O artista morreu na manhã deste domingo (5), devido a complicações de um quadro de pneumonia que o levou a ser internado no Hospital Regional de Cotia no sábado. A informação de sua morte foi confirmada à Folha pela assessoria do hospital.

Inicialmente, a cremação seria realizada na manhã de segunda (6), mas foi antecipado pela família de Ned.

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O corpo do cantor está sendo velado também no Cemitério Horto da Paz, desde às 14h30 deste domingo.

No sábado, ele havia dado entrada na instituição com um quadro de infecção respiratória aguda, pneumonia e problemas na bexiga.

Desde o último dia 24 de dezembro, Ned estava registrado na casa de repouso Recanto São Camilo, na Granja Viana, onde recebia diariamente a visita de uma irmã e do cunhado.

Foi na casa de repouso que a ambulância o socorreu, rumo ao hospital.

CARREIRA

Nelson Ned d'Ávila Pinto nasceu em Ubá, em Minas Gerais, em 2 de março de 1947.

Nos anos 60, iniciou a carreira como cantor romântico e gravou discos que repercutiram, inclusive, na América Latina, uma vez que cantava também em espanhol.

Sua primeira gravação foi em 1960, pela Polydor, com a música "Eu Sonhei que Tu Estavas tão Linda", de Lamartine Babo e Francisco Matoso.

Seu maior sucesso é a canção "Tudo Passará", de 1969. Essa música teve mais de 40 regravações.

Entre seus hits, estão também "Tamanho não é Documento", "Não Tenho Culpa de Ser Triste", "Caprichoso", "Será, Será" e "Se eu Pudesse Conversar com Deus".

Durante a década de 1970, foi rotulado como fazendo parte de um lado "brega" da MPB, ao lado de nomes como Reginaldo Rossi, Odair José, Moacyr Franco, Waldick Soriano e Agnaldo Timóteo. Segundo o cantor, ele só não foi parte da Jovem Guarda porque era "anão e feio".

Era atração recorrente na "Discoteca do Chacrinha", programa da TV Globo nos anos 70.

Em 1996, Ned lançou a biografia "O Pequeno Gigante da Canção", referência à sua condição de anão. Ele mede 1,12 m de altura. O apelido foi dado ele pelo ator Paulo Gracindo.

O artista sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) em 2003.

Como consequência do AVC, perdeu a visão de um olho e precisou se locomover com a ajuda de uma cadeira de rodas, além de enfrentar diabetes, hipertensão arterial e foi diagnosticado também com Mal de Alzheimer em fase inicial.

Na década de 1990, Ned se converteu à religião evangélica e, de lá para cá, havia investido numa carreira como cantor gospel, interpretando temas religiosos tanto em português quanto espanhol.

Com 45 milhões de cópias de discos vendidos em todo o mundo, Ned foi o primeiro latino-americano a vender 1 milhão de discos no mercado dos Estados Unidos, onde se apresentou junto com o espanhol Julio Iglesias e o americano Tony Bennett e no qual encheu três vezes o mítico Carnegie Hall, em Nova York. Tocou também duas vezes no Madison Square Garden.


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