Ana Cañas, em dez anos de carreira, passou de uma cantora novata que se apresentava em bares a uma artista com três álbuns de estúdio lançados e um show dirigido por Ney Matogrosso.
"Ney foi um diretor muito sutil", conta a paulistana de 33 anos que convidou o cantor para cuidar do espetáculo do disco "Volta", em 2012. "Ele me deu toques preciosos como o de que uma mão na cintura basta para que uma sensualidade aconteça."
O trabalho com orientação do ídolo, após um ano na estrada, agora ganha registro no DVD "Coração Inevitável", o primeiro da carreira.
| Adriano Vizoni/Folhapress |
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| A cantora Ana Cañas em seu apartamento nos Jardins, em São Paulo |
Gravada em maio no teatro do Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, a apresentação teve direção de vídeo de Vera Egito (assistente de direção do filme "O Cheiro do Ralo").
Os shows de lançamento serão realizados na sexta (dia 3) e no sábado (dia 4) no Sesc Belenzinho, em São Paulo.
O repertório do DVD reflete o ecletismo de Ana, que fez um primeiro disco ("Amor e Caos", de 2007) voltado ao jazz, ganhou pegada roqueira em "Hein?" (2009) e misturou estilos em "Volta".
Alternando pop, rock, bolero e jazz, ela aposta num show essencialmente feminino. "É um retrato da feminilidade com cores muito diferentes, desde o lado mais etéreo, suave e branco até a coisa mais 'dark' da mulher forte e visceral", explica a cantora, que faz uma performance sensual em "Escândalo" (Caetano Veloso).
Treze das 22 canções da gravação são composições próprias, de Ana sozinha ou em parcerias. Nando Reis, com quem fez a inédita "Você Bordado", aparece no vídeo, também em dueto, em "Pra Você Guardei o Amor".
O restante do show é de interpretações de artistas como Cazuza ("Codinome Beija-Flor" e "Blues da Piedade"), Chico Buarque ("Retrato em Branco e Preto" e "Acalanto para Helena") e Edith Piaf ("La Vie en Rose") — esta última, "a capella", em homenagem à avó paterna, que morreu há dois anos.
"Lembro dela cantando essa música quando eu era pequena, me emocionava."
INFERNO PESSOAL
Outra homenagem está na inédita "Te Ver Feliz". A declaração é para o pai, que morreu em 2006 por complicações em razão do alcoolismo.
A partir da perda, veio o que Ana chama hoje de "inferno pessoal" e "adolescência tardia". Ela, na época com 26 anos, nunca tinha experimentado álcool e passou a abusar da bebida. "Foi uma coisa de querer entender o que o meu pai tinha com isso", diz.
Hoje, raramente bebe. "Tive que perceber sozinha que tinha muito a perder. O Ney foi um dos que me alertaram para isso", diz.
Para o fim de 2014, Ana planeja um novo álbum. Além de músicas próprias, deverá ter parcerias com Nando Reis, Marina Lima e Dadi.
ANA CAÑAS
QUANDO Dias 3 e 4, às 21h30
ONDE Sesc Belenzinho (r. Padre Adelino, 1.000; tel. 0/xx/11/2076-9700)
QUANTO de R$ 7 a R$ 35; esgotados na venda on-line; à venda nas unidades do Sesc
CLASSIFICAÇÃO 18 anos