Folha de S. Paulo


Mayer Hawthorne apresenta nesta quinta novo disco em São Paulo

Em sua terceira passagem pelo Brasil, o cantor americano de soul Mayer Hawthorne, 34, tem agora uma motivação especial para cantar por aqui.

Desta vez, seus três shows no país --em São Paulo, Porto Alegre e Itaipava (RJ)-- foram trazidos pelo próprio público, por meio de crowdfunding (financiamento coletivo).

'Classificação de gênero musical é preocupação de rádios e lojas', diz cantor americano

"Isso é incrível. Eu me sinto tão afortunado. Sempre que me perguntam qual é o melhor lugar do mundo para tocar, digo que é o Brasil", conta ele, que tem em sua coleção de vinis Quarteto em Cy e MPB4. Diz admirar o país pela "positividade, pela comida e pelas mulheres bonitas, é claro".

Jeremy Deputat/Divulgação
O cantor americano de soul Mayer Hawthorne, 34
O cantor americano de soul Mayer Hawthorne, 34

Em entrevista à Folha por telefone, em um "raro momento" em sua casa em Los Angeles, Hawthorne fala com um inglês arrastado, que o faz soar malandro apesar da aparência nerd. As duas facetas ele mesmo reconhece. "Gosto de fazer festa com as pessoas ao redor do mundo, mas também sou um nerd de estúdio."

O outro rótulo que normalmente lhe põem, o de um cantor branco no meio da música negra, também não lhe incomoda. "Nunca pensei muito nisso e não sofro com preconceito", diz. "A música soul é uma coisa muito poderosa, conecta as pessoas."

Além do show na noite desta quinta (12), no Cine Joia, Hawthorne também está escalado para ser DJ --profissão com que começou na música-- em uma festa na sexta.

Se em 2011, quando esteve aqui pela primeira vez, o americano nascido no Michigan era um nome menor em um festival ao lado de Amy Winehouse e Janelle Monáe, com só um disco lançado, agora ele volta para apresentar seu terceiro, "Where Does This Door Go", que saiu em julho.

No novo álbum, pela primeira vez, não fez a produção sozinho. Bem pelo contrário, no time de parcerias, incluiu o rapper e produtor Pharrell Williams, que neste ano se destacou por participar do hit "Get Lucky", do Daft Punk, e por lançar o primeiro clipe de 24 horas da história da música.

"Nunca tínhamos trabalhado juntos. Foi ótimo. Nos divertimos trocando referências. Nós dois gostamos muito de Steely Dan [banda americana de jazz, famosa nos anos 70]. Não houve nenhuma regra a não ser nos divertimos", diz Hawthorne sobre a parceria.

De uma canção delicada sobre o pai ("Reach Out Richard") a diversas sobre amor e paquera, Hawthorne diz ter se inspirado na própria vida para fazer as letras de "Where Does This Door Go". "Todas são autobiográficas. Você tem que escrever sobre o que você sabe. Esse é o jeito de fazer as pessoas acreditarem em você."

MAYER HAWTHORNE EM SÃO PAULO
QUANDO show nesta quinta, às 23h; discotecagem nesta sexta (festa Talco Bells), a partir da meia-noite
ONDE Cine Joia (praça Carlos Gomes, 82, Liberdade; tel. 0/xx/11/3231-3705)
QUANTO show: R$ 180; festa: de R$ 35 (antecipado) a R$ 50 (na porta)
CLASSIFICAÇÃO 16 anos


Endereço da página:

Links no texto: