Folha de S. Paulo


Abordagem do filme pode surpreender, diz Tata Amaral sobre documentário sobre Dirceu

Com um novo documentário na cabeça, a cineasta Tata Amaral fez imagens da prisão do ex-ministro José Dirceu e do ex-presidente do PT José Genoíno. Amaral diz ver o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu como um "personagem interessante" há oito anos.

"Sempre achei muito interessante e importante este episódio na vida brasileira, as denúncias e o processo que as seguiu. Desde 2005 sinto que [há] uma boa história", diz Amaral, que idealiza o "O Vilão da República", filme sobre José Dirceu.

Segundo ela, o projeto ainda não começou. A cineasta, no entanto, antes mesmo da prisão fez imagens do cotidiano de Dirceu durante o julgamento do processo do mensalão, pelo qual foi condenado a 10 anos e 10 meses de prisão. Dirceu cumpre inicialmente uma pena de 7 anos e 11 meses pelo crime de corrupção.

"Decidi captar estas imagens para conhecer melhor José Dirceu e pela urgência da situação. O próximo passo é captar recursos, realizar pesquisas, continuar as filmagens."

A cineasta pode vir a captar recursos por meio da Lei do Audiovisual. "Acho que questionar um filme pelo fato de que seu objeto de interesse seja José Dirceu uma atitude bastante problemática democraticamente falando. Em todo caso, acho que a abordagem do filme pode surpreender."

Após a prisão do ex-ministro, Amaral diz que acompanha os episódios pela imprensa.

A cineasta apresenta a partir de hoje sua série de micro documentários "Rua!", sobre manifestações artísticas que discutem temas como urbanização, lazer, memória e a apropriação do espaço público. A exibição é parte do Festival de Direitos Humanos.

A cineasta selecionou quatro episódios de cinco minutos, que serão exibidos em lugares como a Rua Augusta, a Praça do Patriarca e os muros do Cemitério da Consolação. No total, a série conta com 13 episódios -- nove serão concluídos no ano que vem.

Raquel Cunha/Folhapress
A cineasta Tata Amaral
A cineasta Tata Amaral

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